Pesquisa da UFMG investiga impactos da episiotomia na qualidade de vida pós-parto
Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina da UFMG investigou os impactos da episiotomia na qualidade de vida pós-parto. O procedimento cirúrgico é realizado durante o parto vaginal, e envolve uma incisão no períneo – a área entre a vagina e o ânus – para ampliar a abertura vaginal. O objetivo é facilitar a passagem do bebê, prevenir lacerações descontroladas no tecido perineal e em situações de emergência, acelerar o parto.
O estudo, conduzido pela pesquisadora Cláudia Laranjeira sob orientação do professor Henrique Vitor Leite, tem uma abordagem inédita ao investigar os impactos específicos da episiotomia médio lateral na qualidade de vida pós-parto e na função do assoalho pélvico. A pesquisa comparou mulheres que passaram pelo procedimento com aquelas que tiveram parto sem a realização da episiotomia.
Principais resultados
Contrariando as expectativas iniciais, o estudo não encontrou uma diferença significativa de vida entre mulheres que passaram pela episiotomia médio lateral e aquelas que não foram submetidas ao procedimento. Essa avaliação foi realizada por meio de um questionário validado. “Os resultados finais nos surpreenderam, pois estudos anteriores sugerem que, embora temporários, os sintomas de disfunções do assoalho pélvico após o parto interferem nas atividades rotineiras das mulheres”, revela a pesquisadora Cláudia.
A pesquisa utilizou uma base de dados de um serviço privado na região metropolitana de Belo Horizonte. Por ser um estudo prospecto, todas as participantes eram mulheres que tiveram parto vaginal e foram atendidas durante o período do estudo. “As participantes foram avaliadas uma ou duas vezes após o parto pela mesma equipe médica e responderam a um questionário de qualidade de vida validado na língua portuguesa”, detalha a pesquisadora.