Pesquisa sobre efeitos da quimioterapia no cérebro recruta voluntários; UFMG e Hermes Pardini são parceiras
A quimioterapia é primordial para uma pessoa em tratamento de vários tipos de câncer. No entanto, esses pacientes podem enfrentar problemas com a memória, atenção e concentração durante ou após esse tratamento.
Estima-se que essas alterações cognitivas, ou chemobrain, atinjam até 75% dos pacientes durante ou após a quimioterapia. O fato é que o tempo de duração dessas manifestações é variável, podendo perdurar. Além disso, até o momento, suas causas e sequelas ainda não são totalmente conhecidas.
Uma nova pesquisa sobre os efeitos da quimioterapia no cérebro está sendo iniciada na UFMG, em Belo Horizonte. A saber, os voluntários selecionados serão acompanhados desde o período antes, durante e após a quimioterapia. Os interessados podem se inscrever para participar da pesquisa sobre efeitos da quimioterapia no cérebro pelo WhatsApp (31) 99723-4160 ou pelo e-mail: imagemolecular@gmail.com.
A ideia é, principalmente, fazer avaliações periódicas do quadro clínico dessas pessoas para descobrir porque e como essas sequelas acontecem. Quem tem mais risco?
A partir dessa observação, espera-se poder identificar substâncias ou características biológicas que possam ser usadas como marcadores para indicar saúde, doença ou resposta a tratamentos.
Ademais, o psiquiatra e neurocientista Marco Aurélio Romano-Silva, coordenador da pesquisa, convida os pacientes que ainda vão iniciar a quimioterapia. Além disso, ele convida os profissionais de saúde da região metropolitana de Belo Horizonte a se unirem à iniciativa. “Gostaríamos de contar com o apoio dos colegas da saúde, médicos e não médicos, na divulgação e também no esclarecimento de seus pacientes sobre a importância desse estudo”, declara.
A pesquisa sobre efeitos da quimioterapia no cérebro que recruta voluntários
“Identificar o mecanismo desse processo vai permitir desenvolver novas ferramentas para tornar a qualidade de vida dos pacientes ainda melhor, cada vez mais humanizada”, esclarece o professor de Medicina.
O protocolo da pesquisa — um documento com orientações de como conduzir o estudo —, inclui testes e exames, inclusive de imagem, como o PET-CT, de corpo inteiro. Isto é, esse exame de imagem combina a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) com a Tomografia Computadorizada (CT). Um laudo será emitido pela equipe do Centro de Tecnologia em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG e disponibilizado ao seu médico. Também serão feitos exames de ressonância magnética (de 3 Tesla), pela equipe do Hermes Pardini.
Em outras palavras, serão usados equipamentos avançados e seguros, para uma avaliação meticulosa de possíveis alterações estruturais e funcionais no cérebro. Inclusive dos mecanismos de ativação e dos sinais de inflamação neurológica.
A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) prestará apoio à divulgação da iniciativa entre os especialistas. Novos apoiadores estão sendo convidados, como os principais hospitais oncológicos da cidade e da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A união será importante para realizar essa pesquisa sobre os efeitos da quimioterapia no cérebro, com a recruta voluntários.
Quem pode participar: adultos com idade entre 18 e 59 anos, com previsão de início do primeiro tratamento com quimioterapia e disponibilidade para avaliações presenciais em Belo Horizonte.
Quem não pode participar: pessoas que já fizeram quimioterapia, em tratamento ou com proposta de radioterapia, diagnóstico de câncer cerebral ou metástases no cérebro e diagnóstico de doenças neurológicas ou distúrbios cognitivos.
Quem realiza
NeuroTec-R - O INCT NeuroTec-R (neurotecr.ctmm.digital) é uma rede de pesquisa sobre o cérebro e o desenvolvimento responsável, sediada no Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) da Faculdade de Medicina da UFMG. O instituto reúne cientistas de diversas regiões do Brasil e do exterior, com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), orientando-se pelo conceito de “pesquisa e inovação responsáveis”.
Hermes Pardini - Fundado em 1959, em Belo Horizonte, o Hermes Pardini se consolida como uma importante referência em medicina diagnóstica no Brasil. Dispondo de 67 unidades próprias e mais de 6 mil laboratórios parceiros, integra o Grupo Fleury e oferece a milhares de pacientes, em Minas Gerais e em São Paulo, ampla gama de exames laboratoriais e de imagem, além de medicina preventiva e de promoção da saúde, por meio de vacinas e de programas de orientação e conscientização da população.