Nesta sexta-feira, 13 de março, será lançado o livro A constituição moderna do jornalismo no Brasil, de autoria do pesquisador da UFMG Phellipy Jácome. O evento será das 18h às 21h, na Livraria Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi, Belo Horizonte).

A obra parte das premissas de que, geralmente, quando se pensa em jornalismo, a tendência é associá-lo a uma prática muito bem definida a partir de critérios como neutralidade, imparcialidade, fiscalização do poder, entre outros. Se, por um lado, essa caracterização é capaz de gerar uma importante autoridade argumentativa para as mídias informativas e profissionais da informação, por outro, tende a congelar disputas que fazem do jornalismo uma prática social historicamente situada e em constante transformação.

E é justamente nessa tensão entre uma concepção normativa única e a diversidade de modos de narrar que se situam as discussões apresentadas no livro. Lançada pela editora Appris, a obra é um exercício historicizante de conceitos balizadores do campo jornalístico e busca inquirir alguns mitos fundacionais do imaginário sobre o jornalismo no país.

Destaca-se a reflexão sobre a chamada ‘modernização da imprensa brasileira’, relato quase uníssono de que as práticas jornalísticas teriam se modernizado, nos anos 1950, a partir da suposta importação de um ‘modelo americano’. Em sua pesquisa, Jácome mergulha em narrativas jornalísticas estadunidenses e brasileiras para demonstrar fissuras e impertinências dessa narrativa homogeneizante, apresentando uma recontextualização de ideais modernos, como informação, notícia, objetividade e crise.

Como ressalta a pesquisadora Marialva Barbosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na orelha do livro, “a questão não consiste em polemizar com uma interpretação canônica do jornalismo brasileiro, mas perceber que tipo de relação o jornalismo estabelece com a realidade histórica e o seus modos de saber o mundo”.

A pesquisa de Phellipy Jácome é resultado da leitura e análise de material coletado em dezenas de mídias informativas, num período que vai desde meados do século dezoito ao início do século vinte e um. Segundo o autor, “entendido sob o prisma da historicidade, o jornalismo deixa de ser um objeto delimitado a um conjunto de temas e de conceitos e passa a ser um fenômeno de mediação social e temporal”.

Sobre o autor

Phellipy Jácome é professor e pesquisador do Departamento de Comunicação Social, pertencente à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG. Doutor em comunicação, com estágio doutoral na Universidade de Illinois, é coordenador do Núcleo de Estudos Tramas Comunicacionais: narrativa e experiência. Também é autor do livro Fissuras no espelho realista do jornalismo: a narratividade crítica de Barcelona.