Pesquisadora da UFMG é premiada por tecnologia para tratamento de disfunção sexual

Maria Elena de Lima foi uma das vencedoras do Desafio dos Campeões da Ciência, com a pesquisa de um estimulante sexual derivado do veneno da aran

Estudos de novos tratamentos para disfunção sexual avançam a cada dia e os pesquisadores estão otimistas para colocarem suas tecnologias no mercado. Isso porque o prazo da última patente que autorizou a exploração exclusiva do Viagra expira em abril de 2020. A UFMG tem a patente de um estimulante sexual derivado do veneno da aranha armadeira. Essa tecnologia concedeu à professora Maria Elena de Lima o prêmio Champions of Science Storytelling Challenge - edição América Latina e Caribe, da Johnson & Johnson.

O Desafio de contação de histórias – Champions of Science destaca conquistas e jornadas pessoais de cientistas e inovadores. Os cinco vencedores, entre eles a professora da UFMG, foram anunciados no dia 2 de dezembro, em Montevidéu, premiados pelas notáveis contribuições em defesa dos avanços científicos. O desafio recebeu, entre janeiro e março de 2019, quase 100 inscrições de pesquisadores, representantes de 17 países. Um comitê independente de cientistas e jornalistas científicos selecionou os vencedores que, além do prêmio em dinheiro de US $ 5.000, recebem a publicação de suas histórias e publicidade internacional.

A tecnologia desenvolvida na UFMG é coordenada pela bióloga, bioquímica e neurocientista Maria Elena de Lima, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). A pesquisadora passou anos explorando o potencial da biodiversidade, concentrando-se em venenos de animais, selecionando e estudando biomoléculas como modelos de novos medicamentos. Devido à sua extensa pesquisa, identificou como uma toxina da aranha armadeira, muito comum no Brasil, tem o potencial de revolucionar o tratamento da disfunção sexual.

O gel estimulante sexual derivado do veneno da aranha armadeira, com efeito vasodilatador, tem sido visto como um dos mais curiosos e promissores tratamentos. Ele estimula a produção de óxido nítrico no órgão, assim, ativa a circulação sanguínea. Como consequência, a ereção começa de cinco a dez minutos após a aplicação e pode ser mantida por até quatro horas.

Andamento da pesquisa

Por meio de estudos, foi descoberto um potencial medicamento originado na biodiversidade brasileira que pode ser indicado como potencializador da disfunção erétil (DE) em homens e mulheres ou como tratamento para indivíduos que não respondem às terapias usuais, principalmente pacientes diabéticos e hipertensos.

Testes-pilotos com seres humanos (três homens e três mulheres), realizados sob a coordenação da Biozeus Biopharmaceutical SA (empresa parceira que adquiriu a patente da UFMG), mostraram resultados positivos nos voluntários de ambos os sexos, de forma segura.

Atualmente, um teste-piloto foi realizado em 30 pacientes, homens voluntários com disfunção erétil associada à hipertensão ou diabetes. Após os resultados obtidos em animais, espera-se que a aplicação do peptídeo sintético derivado de uma toxina da aranha (estimulante) também seja eficaz nesses pacientes.

As próximas etapas envolvem a formulação final de marketing, testes pré-clínicos regulatórios de toxicidade (já iniciados) e futuros ensaios clínicos. Esses resultados provêm de uma equipe que envolve dezenas de estudantes e pesquisadores, cujos trabalhos publicados atestam suas participações.

Confira a íntegra do relato sobre a pesquisa.

A patente tem a participação majoritária da UFMG, em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). A negociação da tecnologia com a Biozeus, licenciada por meio de oferta pública, foi feita por intermédio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG.

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG