Pesquisadores da UFMG afirmam que madeira para comercialização deve ser armazenada em condições amenas de exposição ao sol e temperatura

Estudo avaliou as fases da cadeia produtiva em que ocorrem mais rachaduras nas peças

Na indústria da madeira ou nas pequenas explorações madeireiras, é importante um cuidado com cada etapa da cadeia produtiva para que sejam evitados prejuízos. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG avaliou o efeito da perda de umidade, o diâmetro e a densidade da madeira durante o aparecimento de rachaduras. Os resultados demonstraram a necessidade de um controle do processo de secagem da madeira logo após o corte, para evitar o aparecimento de defeitos e reduzir os prejuízos para os produtores ou para a indústria.

O estudante de Engenharia Florestal da universidade e autor do trabalho, Thiago Magalhães do Nascimento, explica que a secagem é um processo importante na cadeia produtiva, que objetiva agregar valor às peças. “A secagem ao ar livre é um método muito utilizado no Norte de Minas. Porém, durante o processo alguns defeitos podem ocorrer. 

A pesquisa visava identificar em qual momento da secagem surgiam mais rachaduras, com o objetivo de gerar informações que ajudem na elaboração de um programa de secagem que diminua ao máximo essas rachaduras”, disse.A pesquisa foi realizada com a avaliação de peças de eucalipto. O material foi coletado em um plantio, em parceria com uma empresa privada, e foi levado ao laboratório de Produtos Florestais do campus para análise. A madeira foi armazenada em um galpão que simulava o ambiente de campo e os pesquisadores realizaram pesagem das toras e medição das rachaduras periodicamente. 

De acordo com Thiago, é necessária atenção com a madeira desde o corte, quando já têm início as principais rachaduras de topo. “As rachaduras de topo começaram a surgir logo após o corte e continuaram surgindo também no momento de expansão e contração da madeira. Para evitá-las, deve-se fazer o armazenamento longe de altas temperaturas, que são comuns na região do Norte de Minas. E o que a gente detectou também é que essas rachaduras têm um potencial maior para degradar a madeira, surgem em maior quantidade e maior cumprimento e precisam de mais atenção”, explicou.

Segundo o estudante, a mesma recomendação serve para se evitar as rachaduras superficiais “A gente descobriu que as rachaduras superficiais surgem mais expressivamente entre dois e três meses, a partir do início da secagem. Este é o momento que ocorrem mais contrações na madeira”, esclareceu. 

Os resultados podem colaborar para a produção de programas de secagem a fim de evitar o surgimento de rachaduras, evitando prejuízos para o pequeno produtor ou para a indústria. “Quando se fala de carvão vegetal, por exemplo, se obtém um carvão com maior resistência mecânica e maior durabilidade”, disse Thiago. 

A pesquisa foi realizada por cerca de dois anos como trabalho de conclusão de curso de Thiago e os resultados foram publicados em revista científica internacional em novembro.

Assessoria de Imprensa da UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG

(38) 2101-7754

www.ica.ufmg.br

Serviço