Pesquisadores da UFMG que estudam vacinas são finalistas de prêmio de inovação em saúde

Helton Santiago, do Instituto de Ciências Biológicas, e Frederico Garcia, da Faculdade de Medicina, concorrem, respectivamente, com os imunizantes SpiN-Tec e Calixcoca

Duas iniciativas da UFMG estão entre as finalistas do Prêmio Euro Inovação na Saúde, premiação que reconhece grandes inovações da área médica e incentiva o desenvolvimento de soluções no campo da medicina. Em sua segunda edição no Brasil, a premiação, que registrou candidatos de 17 países da América Latina, vai contemplar três vencedores em quatro categorias: Inovação tecnológica aplicada à saúde, Inovação em terapias, Inovação em processos relacionados à saúde e Inovação social e sustentabilidade em saúde.

Para votar, é necessário ser médico com registro em um dos países com participação da farmacêutica financiadora da premiação. Serão selecionadas três iniciativas por categoria, totalizando 12 ganhadoras que representam as diversas soluções que fomentam a inovação em saúde na América Latina. O valor total da premiação é de ■1,05 milhão que será distribuído para até 12 iniciativas. Serão 11 prêmios no valor de ■50 mil e um prêmio único destinado à iniciativa destaque, no valor de ■500 mil.

Para votar, basta acessar o link do site do Prêmio Euro até 28 de junho.

Contra a covid-19
Um dos projetos da UFMG que concorre ao prêmio é a SpiN-Tec: plataforma de desenvolvimento de uma vacina inovadora para covid-19 desde a concepção, cujos testes clínicos são coordenados pelo professor Helton da Costa Santiago, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). 

A SpiN-Tec é uma das poucas vacinas em desenvolvimento contra a covid-19 que estimula a imunidade celular, propiciando uma proteção mais duradoura contra partes do vírus que não variam muito. Segundo o professor Helton Santiago, ser finalista do prêmio é o reconhecimento a um trabalho que busca melhorias nas condições de saúde da população.

"Estar entre os finalistas é muito importante porque significa o reconhecimento de uma grande equipe de trabalho multiprofissional e transdisciplinar. Concebemos uma vacina desde o seu conceito molecular e imunológico, buscando uma estratégia pouco visada pela indústria farmacêutica, que é a de induzir imunidade celular. Essa estratégia utilizada tem a vantagem de ajudar na defesa de todas as variantes do vírus", explica.

O professor acrescenta que os estudos da SpiN-TEC resultaram em uma plataforma que poderá ser aplicada para o desenvolvimento de outros imunizantes. "Desenvolvemos a proteína quimérica, formulamos a vacina, fizemos testes de qualidade, toxidade e segurança, conseguimos as aprovações e já estamos na fase dos testes clínicos. Caso sejamos contemplados com o prêmio, vamos investir o valor em outros imunizantes em desenvolvimento no CTVacinas, como as vacinas contra a doença de Chagas e a Zica."

Conheça mais sobre a iniciativa que gerou a SpiN-TEC.

Contra as drogas
A outra iniciativa da UFMG que concorre ao Prêmio é a Calixcoca - Vacina terapêutica para o tratamento da dependência em cocaína e crack. Coordenada pelo professor Frederico Duarte Garcia, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina, a iniciativa trata da vacina anticocaína, formulação terapêutica inovadora com grande potencial no tratamento da dependência das duas drogas.

Para o professor Frederico, a vacina possibilita que os pacientes com dependência possam se reinserir socialmente. “Esse é um problema prevalente, vulnerabilizante e sem tratamento específico. Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia da vacina nesta aplicação. Ela aporta uma solução que possibilita aos pacientes com dependência voltarem a realizar os seus sonhos”, diz.

A iniciativa liderada pelo professor Frederico já teve a fase de testes pré-clínicos concluída. Agora, a equipe busca financiamento para avançar à etapa de testes humanos. “Até então, esse projeto foi inteiramente desenvolvido com recursos governamentais. Para restaurar a liberdade das pessoas com dependência e prevenir as consequências fetais, precisamos dar início aos estudos com humanos. Acreditamos que o Prêmio Euro pode viabilizar esse sonho”, projeta o professor.

Conheça a vacina anticocaína desenvolvida na Faculdade de Medicina.

(Texto de Luana Macieira, da Agência de Notícias UFMG)

Assessoria de Imprensa UFMG

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