Pesquisadores discutem insuficiência hepática causada pela febre amarela

Complicação é a principal causa de mortes pela doença; diagnósticos e alternativas de tratamento serão apresentados em simpósio

Com o objetivo de expandir resultados de pesquisas realizadas sobre a doença, diagnósticos e tratamentos e preparar os profissionais das várias áreas correlatas para a reincidência esperada para este ano, o centro de pesquisas Liver Center at UFMG promove nesta quinta-feira, 26 de abril, o simpósio Acometimento hepático na febre amarela: avanços e perspectivas na pesquisa básica e clínica. O evento, aberto ao público, começa às 17h no CAD 1, no campus Pampulha. Veja aqui a programação.

No último verão, o Brasil experimentou o maior surto de febre amarela dos últimos 38 anos, tendo registrado, de acordo com o Ministério da Saúde, 1.157 casos e 342 mortes, de 1º de julho de 2017 a 17 de abril deste ano. O surto, que está atenuado, mas ainda não se encerrou, reforçou uma tendência: grande parte dessas mortes teve como causa a insuficiência hepática aguda decorrente da febre amarela.

"Vamos reunir pesquisadores, médicos e profissionais da saúde para abordar questões como diagnósticos da febre amarela, biomarcadores imunológicos, manejo de pacientes com hepatite aguda e avaliação de patologista para explicar as razões da evolução tão séria da doença”, informa, em entrevista ao Portal UFMG, a professora Maria de Fátima Leite, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB, uma das coordenadoras do Liver Center. Confira os principais trechos da conversa:

O acometimento hepático decorrente da febre amarela é um fenômeno novo ou já fora observado em surtos anteriores da doença?

A última epidemia que enfrentamos apenas realçou as complicações hepáticas decorrentes da doença. A progressão da insuficiência hepática em pacientes com febre amarela é muito rápida e é a maior causa de mortes. A novidade é que agora o transplante de fígado foi introduzido, com sucesso, como estratégia de tratamento.

Qual a razão desse surto tão grande de febre amarela?

As principais causas da última epidemia em Minas Gerais são a deficiência de vacinação e os problemas ambientais que ocorreram no estado nos últimos anos. O último surto foi muito grave. Os casos diminuíram recentemente, mas espera-se que aumentem novamente no fim do ano.

Como o simpósio busca contribuir para o enfrentamento da doença?

O simpósio reunirá professores, pesquisadores e médicos de vários locais. Queremos nos preparar melhor para enfrentar o novo surto. Teremos palestras sobre aplicação de biomarcadores, kits seletivos para detecção da febre amarela, estratégias de tratamento, avaliação patológica e pesquisas aplicadas e em modelo animal.Tudo pensado para explicar melhor o que está acontecendo com o fígado, o porquê dessa evolução tão grave e como podemos nos preparar melhor para a volta da epidemia.

Que linhas de pesquisa têm sido desenvolvidas na UFMG sobre a febre amarela e o acometimento hepático?

Na UFMG já existiam pesquisas na área de febre amarela, mas com a recente epidemia, as pessoas “saíram da zona de conforto” por causa da questão hepática. Da mesma forma, pesquisadores que já estudavam o fígado se voltaram também para a febre amarela. Observou-se a necessidade de reunir os grupos e mudar a direção das pesquisas para focar nesse grande problema de saúde pública. Essa preocupação alcança, inclusive, o nosso grupo de pesquisa (Liver Center), criado no ano passado em parceria com a universidade de Yale (EUA).  Com a grande incidência de problemas hepáticos atrelados à febre amarela, estamos mais atentos a essa questão.

Assessoria de Imprensa da UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa da UFMG

Serviço

Pesquisadores discutem insuficiência hepática causada pela febre amarela

Dia 26 de abril de 2018

17h

Centro de Atividades Didáticas 1 (CAD1) - campus Pampulha - Av. Antônio Carlos, 6.627 - Belo Horizonte