Presidente da Capes fala sobre perspectivas da pós-graduação brasileira em evento na UFMG

Atividade que ocorrerá nesta terça-feira, dia 28, marcará a apresentação da Avaliação Diagnóstica da Pós-graduação da Universidade

Uma palestra sobre as agências federais de fomento e perspectivas para a pós-graduação brasileira será ministrada pela professora Mercedes Maria da Cunha Bustamante, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no Auditório da Reitoria da UFMG, campus Pampulha, nesta terça-feira, 28 de março. O evento, que terá início às 14h, será aberto pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida e marcará a apresentação do relatório técnico da Avaliação Diagnóstica da Pós-graduação da UFMG. Também vão compor a mesa a pró-reitora de Pós-graduação, Isabela Pordeus, o pró-reitor adjunto, Eduardo Neves, e o professor Fabio Alves, titular da Pró-reitoria de 2018 a 2022.

A UFMG tem hoje 90 programas de pós-graduação stricto sensu. Desses, 68% são considerados de excelência. Os dados finais da mais recente avaliação quadrienal dos programas de pós-graduação (PPGs), divulgados em dezembro de 2022, atestaram que a UFMG tem, atualmente, 44,4% de seus programas avaliados com as notas 6 e 7, percentual quase três vezes superior à média nacional, que é de 15%. Todos esses programas foram alvo da investigação diagnóstica empreendida pela Universidade.

À época do início do processo, o então pró-reitor de Pós-graduação, Fabio Alves, explicou que a avaliação diagnóstica seria baseada em dois tópicos centrais: o conceito de autoconhecimento e a escuta da comunidade. “Queremos conhecer a visão de todos os segmentos que lidam com a pós-graduação. Essa abordagem é inédita entre nós. Estamos construindo um processo de avaliação diagnóstica que levará à melhora contínua da pós-graduação, que já é considerada de excelência em todas as áreas do conhecimento”, afirmou.

Processo amplo
O relatório que será divulgado agora é resultado de um amplo processo de discussões e debates com a comunidade acadêmica, iniciado em 2019. Em setembro daquele ano, foi instituída, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), a Comissão de Avaliação Diagnóstica da Pós-graduação. No mesmo ano, a Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG) formou um Conselho Consultivo, que elaborou questionários destinados a coordenadores de programas, docentes que atuam na pós-graduação stricto sensu, professores que não atuam, mas são elegíveis, secretários e ex-secretários dos programas, mestrandos e doutorandos, além de pesquisadores em residência pós-doutoral.

Em texto que encerra o documento que será apresentado nesta terça-feira, a Comissão de Avaliação Diagnóstica afirma que o objetivo do relatório é apresentar “o que a pós-graduação da UFMG é hoje e quais são suas principais carências”. “A escuta realizada é fundamental para prover bases para decisões institucionais que permitirão o crescimento sustentável e a gestão eficiente. O conhecimento profundo e atualizado do patrimônio institucional de pós-graduação da UFMG permitirá que se evite a continuidade de ações pautadas quase que exclusivamente pela demanda espontânea que têm desenhado o desenvolvimento da pós-graduação até o presente momento”, escreve a equipe.

O documento, agora, será debatido amplamente com a comunidade, a fim de subsidiar as ações que serão adotadas na Universidade nos próximos anos. “[O relatório] permitirá também que a Instituição passe a fomentar o crescimento da pós-graduação induzido pelo planejamento estratégico, atenta ao que já funciona adequadamente e às lacunas que podem ser preenchidas com a necessária qualidade. Como consequência dessas ações induzidas, será possível avançar e passar de uma fase de demanda espontânea para uma fase de indução estratégica, pautada pela construção coletiva, fortalecendo o protagonismo institucional na criação, reestruturação e, até mesmo, extinção de cursos e programas com vistas à preservação da excelência institucional na formação de recursos humanos de inquestionável qualidade”, conclui a comissão.

Mercedes Bustamante
Professora titular da Universidade de Brasília (UnB), Mercedes Bustamante é graduada em ciências biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1984), mestra em ciências agrárias pela Universidade Federal de Viçosa (1988) e doutora em geobotânica pela Universidade de Trier, na Alemanha (1993). A professora é membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), desde maio de 2015.

(Texto de Hugo Rafael)

Assessoria de Imprensa UFMG

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