Protagonismo estudantil, impacto acadêmico e profissional e inclusão foram alguns dos aspectos relatados

A Pró-reitoria de Extensão (Proex) da UFMG publicou o Relatório dos Formulários de Avaliação de 2018 a 2022, que analisou, no período, o impacto estudantil das bolsas de extensão.

O documento, que abrange as bolsas oferecidas no âmbito do edital de Fomento para Programas, Projetos e Cursos, o Pbext, foi elaborado com base nos formulários de avaliação preenchidos por bolsistas e orientadores no encerramento das atividades.

Foram analisados dados referentes às duas modalidades de bolsa, a Pbext e a Pbext Ação Afirmativa, e destacados resultados específicos de cada uma.

Diversidade e protagonismo

O estudo revelou uma ampla diversidade de estudantes participantes de extensão. As áreas da Educação e da Saúde obtiveram a maioria das bolsas distribuídas, com destaque para os cursos de graduação em Ciências Biológicas, Odontologia, Medicina, Letras e Enfermagem.

De acordo com o relatório, a maioria dos extensionistas não tinha experiência prévia como bolsista. Em relação àqueles com experiências anteriores, observou-se uma maior permanência na atividade por período superior a 12 meses. No caso dos bolsistas na modalidade Pbext Ação Afirmativa, essa renovação foi cerca de 5% mais frequente.

Sobre os resultados alcançados, em média, 71,4% dos bolsistas da modalidade Pbext e 75,9% da Pbext Ação Afirmativa afirmaram que os objetivos dos seus projetos foram integralmente cumpridos.

Já os orientadores destacaram a importância do trabalho em equipe e elogiaram a capacidade dos estudantes de lidar com questões sociais complexas. Outro aspecto positivo verificado é que, a partir de 2021, os bolsistas passaram a participar mais ativamente do planejamento das atividades.

Extensão remota

A pandemia de covid-19, sobretudo em 2020 e 2021, foi apontada como um dos principais obstáculos. Segundo o estudo, 153 bolsistas citaram a crise sanitária provocada pela pandemia como um desafio para a execução das ações.

A despeito dessas dificuldades e da adesão ao trabalho remoto, a maioria dos estudantes relatou um impacto positivo na sua formação acadêmica e profissional, na visão crítica da realidade e no fortalecimento do diálogo da Universidade com outros setores da sociedade. 

Os orientadores, por sua vez, salientaram a importância dos discentes no enfrentamento a esses desafios. Cerca de 84% dos docentes elogiaram o desempenho dos bolsistas, especialmente no que se refere à capacidade de adaptação às atividades remotas, à criatividade para manter vínculo com comunidades atendidas e à habilidade para enfrentar adversidades.

Inclusão e fortalecimento 

O relatório constatou, ainda, a crescente demanda por bolsas e recursos financeiros, além da necessidade de maior inclusão de estudantes negros e voluntários nas atividades. Nos últimos anos, no âmbito do processo de fortalecimento da extensão, a UFMG instituiu a Resolução 10/2019, que estabeleceu diretrizes para integralizar as atividades de extensão aos currículos dos cursos de graduação.

Além disso, a partir de 2015, em consonância com as Políticas de Ações Afirmativas da Universidade, a Proex passou a oferecer duas modalidades, Pbext e Pbext Ação Afirmativa, essa última destinada a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, classificados pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) ou oriundos do sistema de cotas.

Em 2022, o edital Pbext ampliou seu alcance e incluiu novos grupos prioritários, como mães estudantes, pessoas trans, indígenas, quilombolas, refugiados e pessoas com deficiência. Outra medida relevante foi o reajuste do valor das bolsas (para R$700), em 2023.

Processo avaliativo

Os formulários de avaliação são uma exigência ao término das atividades. Em 2014, o processo ganhou um importante reforço com a criação do Sistema de Fomento, que centralizou os formulários em uma plataforma digital, o que permitiu processamento sistemático dos dados e aprimoramento do monitoramento e avaliação.