Professoras negras de língua inglesa têm legitimidade questionada em sala de aula, mostra estudo da UFMG

Pesquisa relaciona efeitos da racialização do idioma na formação da identidade das profissionais

No imaginário social, persiste uma forte relação entre a brancura e o ensino da língua inglesa, o que influencia a percepção de estudantes quanto à legitimidade de professoras negras. É o que mostram depoimentos coletados em pesquisa da UFMG que investigou o processo de construção das identidades das profissionais, com ênfase nas identidades docente e negra. 

O trabalho foi conduzido pela pesquisadora Layenne Humberto de Oliveira, no Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de Letras (Fale), sob a orientação da professora Miriam Lúcia dos Santos Jorge. No referencial teórico da pesquisa, foram priorizadas produções de intelectuais negras. Nomes como Djamila Ribeiro, Nilma Lino Gomes e Sueli Carneiro aparecem na lista. 

‘Você é a professora?’

Para mulheres negras, a discriminação racial soma-se ao preconceito de gênero. Assim, de forma recorrente, elas são inferiorizadas. “A professora está na sala, e alguém pergunta se ela vai limpar aquele ambiente”, exemplifica a autora do trabalho.

Foram entrevistadas oito professoras de perfis diversos, com idade de 20 a 46 anos, que atuam nas redes particular e pública de cinco estados brasileiros, em diferentes níveis de ensino, do fundamental à pós-graduação. Duas delas lecionam nos Estados Unidos.

Saiba mais sobre a pesquisa no novo episódio do programa Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa, que integra série especial no mês das mulheres.

Raio-x da pesquisa

Dissertação: (Des)construindo identidades: narrativas de professoras negras de língua inglesa

O que é: pesquisa relaciona efeitos da racialização da língua inglesa na formação da identidade de professoras negras com base na análise de depoimentos das profissionais

Pesquisadora: Layenne Humberto de Oliveira 

Programa: Pós-graduação em Estudos Linguísticos, da Faculdade de Letras da UFMG

Orientadora: Miriam Lúcia dos Santos Jorge

Ano da defesa: 2020

Financiamento: Capes

O episódio 59 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Alessandra Ribeiro. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da emissora apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa da Universidade.

Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas-feiras, às 11h, com reprises às quartas-feiras, às 14h30, e às sextas-feiras, às 20h.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG