Professores e pesquisadores da UFMG recebem Prêmio Inventor 2019

Em cerimônia solene, premiação concedida pela Petrobras homenageia 17 inventores da Universidade envolvidos em patentes depositadas em 2018

Nesta quarta-feira, dia 11 de dezembro, a Petrobras realizará uma solenidade para a entrega do Prêmio Inventor 2019, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes/Petrobras), no Rio de Janeiro. A iniciativa é promovida anualmente, como forma de reconhecer inventores que contribuíram para o depósito de pedidos de patentes durante o ano anterior à premiação. Na edição de 2019, foram mais de 100 indicados de todo o Brasil, sendo 17 da UFMG, distribuídos em vários grupos de pesquisa nas áreas de Química, Engenharia Metalúrgica e de Materiais.

Integram a lista dos premiados os seguintes professores da UFMG: Flavia Cristina Camilo Moura, Jadson Cláudio Belchior, Luiz Carlos Alves de Oliveira, Maria Helena de Araujo (esses quatro do Departamento de Química), Eduardo Henrique Martins Nunes e Wander Luiz Vasconcelos (ambos do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais).

Os pesquisadores da Universidade agraciados são: Daniela Cordeiro Leite Vasconcelos, Douglas Fernandes de Souza, Geison Voga Pereira, Henrique dos Santos Oliveira, Laura Maia de Araújo, Leonardo Schiavo de Rezende, Mateus Carvalho Monteiro de Castro, Plínio César de Carvalho Pinto, Sara Silveira Vieira, Thais Vieira Batista e Victor Augusto Araújo de Freitas, entre eles representantes de iniciação científica, mestrado e doutorado.

O Prêmio Inventor é concedido por meio de um troféu e um certificado aos empregados da Petrobras e aos pesquisadores de instituições parceiras que contribuíram nos pedidos de depósito de patentes.

Descontaminação de gás natural

Um dos projetos premiados, cujo depósito de pedido de patente é o Dispositivo para obtenção de materiais com estrutura de poros ordenada via processo freeze-casting, foi coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Wander Luiz Vasconcelos. O grupo de pesquisa, formado pelos pesquisadores Daniela Cordeiro Leite Vasconcelos, Douglas Fernandes de Sousa e Eduardo Henrique Martins Nunes, além dos cientistas Jailton Ferreira do Nascimento e Wilson Mantovani Grava (Petrobras), e de Peter Wilhelmus Jacques Derks (Statoil Brasil), criou um dispositivo para melhorar a qualidade do gás natural proveniente do Pré-Sal.

De acordo com Wander Vasconcelos, a principal motivação para o estudo, que resultou no pedido de patente, é a crescente demanda populacional por energia. ‘‘Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA) e da Administração Americana de Informações de Energia (EIA), o consumo mundial deve crescer a uma taxa de 2% ao ano até 2030. Assim, ao compararmos o consumo de energia registrado no ano de 1980 e o previsto para 2030, obtém-se um crescimento próximo a 250%’’, afirma.

Nesse sentido, a presença de contaminantes como gás carbônico e outros compostos, além de prejudicar o funcionamento das centrais petroquímicas que atuam no beneficiamento do gás natural, amplifica os impactos ambientais gerados pelo seu uso. Portanto, ‘‘é importante que sejam tomadas medidas para a mitigação dos teores desses contaminantes no gás natural, como as membranas cerâmicas desenvolvidas, que permitem a captura e separação do CO2, além de outros contaminantes’’, conclui o coordenador do grupo.

Transformação química da glicerina

O professor Luiz Carlos Alves de Oliveira e o pesquisador Victor Augusto Araújo de Freitas desenvolveram, no Departamento de Química da UFMG, um processo para oxidação seletiva de glicerina, produzida como resíduo na obtenção do biodiesel. Devido à elevada quantidade de subproduto formada e à maneira como é obtido, com muitas impurezas, seu uso na indústria é comprometido. A patente é intitulada Catalisadores anfifílicos baseados em compostos de nióbio modificados, preparação e uso em reações de oxidação.

Dessa forma, em parceria com a Petrobras, o novo processo permite a transformação dos resíduos em um composto químico com elevada pureza, o ácido fórmico. ‘‘A nossa tecnologia transforma a glicerina residual em um composto com alto valor para a própria indústria petroquímica. É importante ressaltar ainda que o ácido fórmico é produzido via composto fóssil e com tecnologia estrangeira. O nosso é obtido de forma renovável, via um resíduo industrial’’, salienta o professor.

Captura de C2O, material nanoestruturado e dióxido de carbono

Um grupo de pesquisadores do Departamento de Química da UFMG depositou quatro patentes em dezembro de 2018 e receberá o Prêmio Inventor 2019 por meio das seguintes pesquisas:

(1) Processo de captura de CO2 e processo de regeneração contínua de solvente, que tem como inventores Jadson Cláudio Belchior, Geison Voga Pereira, Plínio César de Carvalho Pinto, Thais Vieira Batista, Pedro Caffaro Vicentini (Petrobras) e Luciana Neves Loureiro (Petrobras);

(2) Processo de obtenção do material a base de CaO altamente poroso modificado com nanotubos de carbono para captura de CO2 veicular, produto e uso, pelos inventores Jadson Cláudio Belchior, Luiz Carlos Alves de Oliveira, Henrique dos Santos Oliveira, Pedro Caffaro Vicentini, Luciana Neves Loureiro e Laura Maia de Araújo;

(3) Processo de obtenção de material nanoestruturado, produto e uso, cujos inventores são Jadson Cláudio Belchior, Maria Helena de Araujo, Flavia Cristina Camilo Moura, Sara Silveira Vieira, Mateus Carvalho Monteiro de Castro, Pedro Caffaro Vicentini e Luciana Neves Loureiro;

(4) Material cerâmico para absorção de dióxido de carbono, processo para obtenção, processos para regeneração do dióxido de carbono e do material cerâmico e usos, em que os inventores são Jadson Cláudio Belchior, Geison Voga Pereira, Plínio César de Carvalho Pinto, Laura Maia de Araújo, Pedro Caffaro Vicentini, Luciana Neves Loureiro e Leonardo Schiavo Rezende.

Essas quatro patentes têm como titulares a UFMG, Petrobras, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), FCA Fiat Chrysler e Automóveis Brasil Ltda. Segundo o coordenador das pesquisas, Jadson Cláudio Belchior, elas foram depositadas nacionalmente e, este ano, a Petrobras está em processo de depósito internacional.

(Com informações de Leonardo Milagres, da TV UFMG)

Assessoria de Imprensa UFMG

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