Professores Yone Gonzaga e Natalino Neves, da UFMG, recebem Prêmio Zumbi de Cultura

Reconhecimento é atribuído a pessoas negras com atuação de destaque em diversas áreas

Dois docentes da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG foram reconhecidos no 14º Prêmio Zumbi de Cultura 2023. Yone Maria Gonzaga, professora colaboradora do Mestrado Profissional Educação e Docência, recebeu o Prêmio Personalidade Negra, e Natalino Neves da Silva, professor adjunto, foi agraciado na categoria Educação.

A iniciativa é da Cia Baobá Minas, que se vale do mês de novembro (da Consciência Negra) para homenagear personalidades que se destacaram nos campos das artes, da política e da cultura, em Minas Gerais e no Brasil. O evento de entrega da premiação ocorreu no dia 16 de novembro, no Grande Teatro do Sesc Palladium.

Para Yone Gonzaga, o prêmio reconhece três décadas de trabalho e militância no movimento negro. “Comecei a militar devido a dois fatores. O primeiro foi a luta por uma educação de qualidade para as pessoas negras. O segundo motivo foi o sonho do sistema de cotas”, disse.

A professora se emocionou durante a premiação e destacou que, apesar dos atuais avanços, a luta seguirá. “Tivemos muitas conquistas, mas ainda lutamos por uma vida mais digna", afirmou Yone. "Quando olhamos para os indicadores, vemos que a população negra ainda está na base da pirâmide social, então ainda temos que alcançar outros lugares institucionais, modificando a estrutura racista que nos impede de receber salários melhores e de ter acesso a saúde, por exemplo. O prêmio que recebi também reconheceu as questões de gênero, uma vez que as mulheres negras encontram mais desafios ao longo da vida. Por isso, esse prêmio é dedicado a elas."

Educação antirracista
Natalino Neves da Silva disse que a indicação ao prêmio reflete sua luta antirracista ao longo dos anos. Hoje, ele atua na formação de professores para a aplicação da Lei 10.639, de 2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira no âmbito das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares dos ensinos fundamental e médio.

“A promoção de uma educação antirracista é fundamental. Nelson Mandela dizia que ninguém nasce racista, é por meio do convívio social que as pessoas se tornam racistas e ignorantes nos temas raciais. Por isso, é essencial que a educação sirva como ferramenta para combater o racismo. Os professores devem estar atentos a essa dimensão da discriminação e criar estratégias pedagógicas apropriadas", defendeu o professor da FaE.

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG

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