Projeto da UFMG focado em reabilitação pulmonar se adapta ao isolamento social e passa a atender vítimas de covid-19

Criado com intuito de fornecer treinamento aos profissionais vinculados às secretarias municipais de saúde para que esses possam oferecer reabilitação pulmonar aos moradores de suas cidades, desde 2019 o projeto da UFMG Respirar vem trabalhando também na capacitação de alunos da Universidade, que realizam atendimento a pacientes com doenças pulmonares crônicas. Agora, em período de pandemia e isolamento social, o projeto ampliou sua atuação para contemplar as vítimas de covid-19.

O Respirar se originou de uma parceria internacional entre a Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, por meio do professor da Marcelo Velloso, e a Universidade de Sydney, na Austrália, por meio da professora Jennifer Alison. Agora, para atuar junto aos pacientes com o novo coronavírus, o projeto desenvolveu uma parceria com o Projeto Atenção Integral após a Terapia Intensiva, coordenado pela professora Carolina Marinho, da Faculdade de Medicina da UFMG.

Nessa ação conjunta, o Respirar possui oito pacientes em recuperação de covid-19 que estão passando por avaliações para iniciar a reabilitação. Além disso, para todos os atendimentos do projeto no contexto de pandemia, o acompanhamento dos pacientes está sendo realizado por videochamadas ou ligações via telefone fixo.

“No início da pandemia nós realizávamos monitoramento de sintomas de forma remota para evitar que os pacientes tivessem piora da doença e também para incentivar a realização de exercícios entre os pacientes. No mês de agosto (...) fizemos um treinamento com os alunos para iniciar a reabilitação remota. Atualmente, estamos realizando reabilitação por vídeo, onde o aluno de graduação, acompanhado por um fisioterapeuta formado, avalia e atende o paciente por meio do WhatsApp. Os pacientes que não tem acesso ao WhatsApp continuam sendo monitorados e incentivados, porém via telefone fixo”, explica o coordenador do projeto, Marcelo Velloso.

Ele também explicou a importância dessa reabilitação, enfatizada no cenário de surgimento da covid-19, uma vez que o paciente que passa por terapia intensiva sofre com sequelas que podem perdurar por até cinco anos. 

“Essa questão da reabilitação da covid acabou aparecendo agora por ser uma doença nova, mas todo paciente grave que passa por unidade de terapia intensiva (UTI) por muito tempo e que necessita de ventilação mecânica, ele desenvolve fraqueza muscular relacionada à terapia intensiva. Existem estudos que mostram que indivíduos internados em UTI em estado grave, mesmo após cinco anos, ainda não conseguiram recuperar todas as suas funções”, relatou.

A Anna Clara Albuquerque Pataro, graduanda em fisioterapia pela UFMG e integrante do projeto Respirar, falou sobre o enriquecimento diverso que essa experiência proporcionou, frisando a importância dessa proposta para os pacientes.

“Desde o início do meu interesse pela fisioterapia respiratória vi no projeto Respirar uma grande oportunidade de aprendizado. Compreendi mais sobre aspectos da fisioterapia respiratória em si, sobre trabalhar em equipe e me relacionar com o paciente. Ademais, para os pacientes, vejo como uma oportunidade incrível de ter acesso a um serviço de saúde gratuito e de qualidade, que é capaz de promover melhora na capacidade de exercício e funcionalidade. Além disso, os pacientes são ensinados sobre o automanejo da doença e a como se cuidar. Tudo isso ganhou ainda mais valor em meio a pandemia que vivemos”, depôs.

(Texto com informações de Filipe Guedes)

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

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(31) 3409-2339 / 9 7537-0084

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