Reitora da UFMG assume presidência da Associação de Universidades Grupo Montevidéu

Sandra Goulart Almeida é a primeira mulher a ocupar o cargo; entidade completa 30 anos em outubro

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida tomou posse na tarde desta terça-feira, 29 de junho, como presidente da Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM), entidade criada em 1991 para congregar universidades da América do Sul que compartilham entre si as suas vocações e o seu caráter público. Sandra foi a vice-presidente da Associação no último mandato, comandado por Enrique Mammarella, reitor da Universidade Nacional do Litoral, da Argentina.

“No mandato do reitor Enrique Mammarella trabalhamos muito no plano estratégico da AUGM, que estamos terminando de definir. Seguirão no centro de nossas atenções a importância da integração regional e da cooperação e colaboração solidária e articulada na região”, afirma a reitora. “Outros marcos foram o estabelecimento de um observatório da autonomia universitária e do financiamento das instituições que fazem parte do grupo", acrescenta.

Sandra Goulart é a primeira mulher a assumir a presidência da AUGM, que completa 30 anos em outubro. O novo vice-presidente é o professor Patricio Sanhueza Vivanco, reitor da Universidade de Playa Ancha, no Chile. Integram a Associação 40 universidades de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai – 15 delas estão instaladas no Brasil. 

A presidência da Associação é ocupada em sistema de rodízio entre os países integrantes. A escolha da Universidade que assume a presidência da Associação como representante do seu país se dá por indicação das universidades daquela nação.

“Fui a primeira vice-presidente da AUGM, agora me torno a primeira presidente. Ter uma mulher à frente da AUGM é muito importante, sobretudo em um momento como o atual”, enfatiza a reitora da UFMG. “Temos discutido muito a questão da equidade de gênero, inclusive na Associação. Na América Latina, esse espaço [o reitorado de universidades públicas] é um espaço majoritariamente masculino”, afirma.

Ainda nessa seara, a reitora lembra que a equidade de gênero em cargos de poder é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU que precisam ser alcançados em esfera global até 2030. O item 5.5 do ODS 5 alude à meta de “garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública”.

O futuro da educação superior

A UFMG assume a presidência da AUGM em um momento particularmente importante para o ensino superior. Em maio de 2022, ocorrerá em Barcelona, na Espanha, a terceira edição da Conferência Mundial de Educação Superior (CMES), promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). As duas primeiras edições foram realizadas em 1998 e 2009. Caberá à gestão que ora se inicia coordenar a preparação da AUGM e de suas universidades filiadas para a conferência.

“A expectativa é que possamos participar da conferência não apenas como universidades, mas como bloco de universidades. Neste ano, portanto, teremos de ampliar a discussão sobre essa participação”, explica a reitora. Essas discussões remontam à Conferência Regional de Educação Superior (Cres), realizada em 2018 com foco nos desafios da educação superior na América Latina. “A conferência regional foi uma preparação para a conferência mundial, que será a oportunidade de expormos ao mundo as nossas crenças e as questões que são caras à nossa região”, detalha. 

De acordo com Sandra Goulart, a educação como bem público, direito universal e dever do Estado é um dos eixos que orientam a filosofia de trabalho da AUGM, formada exclusivamente por universidades públicas. "É uma noção que nos une", ressalta a presidente.

Texto de Ewerton Martins Ribeiro para o Portal UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG