​ Restauração do Pipiripau sintetiza 'o que a UFMG tem de melhor', diz reitor em cerimônia de reinauguração

A restauração do Presépio do Pipiripau, entregue à população de Belo Horizonte nesta quarta-feira, dia 26, no Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB), representou uma conjunção harmônica entre ensino, pesquisa e extensão, mobilizando a participação de dezenas de bolsistas do curso de graduação em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis e a investigação de materiais e tecnologias, culminando com o reencontro desse patrimônio com a cidade. O Presépio do Pipiripau está aberto à visitação do público às quartas, quintas e sextas, às 11h e às 16h, e aos sábados e domingos, às 11h, 12h, 15h e 17h. O ingresso para o MHNJB custa 10 reais por pessoa; crianças com até cinco anos e adultos acima de 60 anos têm entrada gratuita. Informações pelo telefone (31) 3409-7600.

"Esta reinauguração sintetiza o que a UFMG tem de melhor", afirmou o reitor Jaime Ramírez durante a cerimônia que contou com a presença dirigentes da UFMG e do Instituto Unimed, parceiro da empreitada, e do vice-prefeito, Paulo Lamac. Em seu pronunciamento, o reitor destacou a contribuição da gestão anterior - comandada por Clélio Campolina Diniz e Rocksane Norton – que participou da cerimônia –. para o sucesso da empreitada e salientou que a história do Presépio se confunde com a de Belo Horizonte e a da própria UFMG. "Ele tem valor cultural inestimável. É uma honra imensa devolvê-lo para a universidade e para a população da cidade", afirmou.

Tecnologia do bom senso

O professor da Escola de Belas-Artes da UFMG Fabrício Fernandino, que coordenou o projeto de restauração, enfatizou o empenho da equipe em manter a autenticidade do Pipiripau. "Restaurar não é apenas consertar ou trocar. É, principalmente, preservar a identidade e a assinatura do artista. As poucas peças que precisaram ser substituídas o foram por questões de segurança. Introduzimos, por exemplo, materiais que não propagam chamas", afirmou Fernandino, sobre aquilo que definiu como "a tecnologia do bom senso".

Segundo o professor, a documentação das etapas do diagnóstico e revitalização do presépio resultaram em documento sobre restauração até então inédito no mundo. "Seu Raimundo [Raimundo Machado Azeredo], o criador do Pipiripau, nunca havia elaborado um projeto ou se preocupado com o resultado final de sua obra, que foi feita por acumulação. Hoje, existe um projeto digital da mecânica do Presépio, e ele está preservado para as gerações futuras", orgulhou-se.

A restauradora Thaís Carvalho, contratada pela UFMG para chefiar os trabalhos de restauração, estimou que a revitalização deve assegurar ao Presépio "mais 100 ou 200 anos em pleno funcionamento. Fico emocionada por ter tido a oportunidade de participar de um projeto tão enorme, complexo e maravilhoso. Foram muitas as dificuldades superadas e por isso todos os envolvidos também estão emocionados. Meu sentimento hoje é de paz, por ter conseguido concluir, de forma digna e bonita, um trabalho com tanto movimento técnico, de pesquisa e também afetivo".

O Presépio foi fechado para a restauração em 2012. O projeto de restauração e modernização da obra foi aprovado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com financiamento regulado pela Lei Rouanet. A captação, iniciada em 2005, foi firmada com o Instituto Unimed, em dezembro de 2011, no valor de R$ 565 mil.

Medicina da restauração

A comparação entre o cuidado dos médicos com seus pacientes e o carinho dos restauradores com as obras de artes foram enfatizados pelo diretor-presidente do Instituto Unimed BH, Samuel Flam. "Tive a oportunidade de acompanhar a restauração e fiquei impressionado com o esmero da equipe. São como médicos cuidando de seus pacientes", disse. Flam, que definiu o Presépio como "um clássico das artes plásticas", equiparou "o sonho do Seu Raimundo" a "um sonho de criança de todos nós". "Como ex-aluno da UFMG, tenho um carinho enorme por essa obra de arte. Trata-se de um investimento para toda a sociedade", declarou.

Ainda sobre Seu Raimundo, a diretora do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da UFMG, Betânia Veloso, o definiu como "um gênio", ressaltando seu caráter visionário ao utilizar materiais reciclados na consecução da obra, numa época em que sustentabilidade não era um tema socialmente relevante. A vice-diretora do Museu, Flávia Santos Faria, também destacou o compromisso da instituição em preservar a memória do artesão. "Praticamente todos os belo-horizontinos têm uma história para contar sobre o Presépio. A obra faz parte do consciente coletivo da cidade e encanta a todos, por sua simplicidade e engenhosidade", comentou

Entre os representantes da família de Seu Raimundo, esteve presente à solenidade sua neta Lúcia Fátima Ramos. Ela contou que, durante grande parte de sua infância, morou ao lado do avô e "cresceu junto com o Presépio". Lembro de alguns familiares ajudando a confeccionar as roupinhas. É sempre uma satisfação toda vez que a gente vê o Pipiripau em evidência. A família acompanhou de perto todas as etapas da reforma. Estou felicíssima com esse desfecho", disse.

Confira imagens em vídeo da TV UFMG

Agência de Notícias UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa da UFMG

(31) 3409-4476 / 3409-4189

www.ufmg.br

Serviço

Restauração do Pipiripau sintetiza 'o que a UFMG tem de melhor', diz reitor em cerimônia de reinauguração

Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG - Rua Gustavo da Silveira, 1.035, Santa Inês - Belo Horizonte