UFMG disponibiliza aplicativo que projeta infecções e mortes pelo coronavírus

Ferramenta foi desenvolvida pelo Departamento de Estatística, que também fez simulações demonstrando que o distanciamento social ajuda a conter a

Está disponível, na página do Departamento de Estatística, do Instituto de Ciências Exatas (Icex), um aplicativo capaz de prever, para o prazo de até 15 dias, o número de casos confirmados e de mortes causadas pelo coronavírus no Brasil.

O programa foi desenvolvido pelo professor Thiago Rezende dos Santos, do Departamento de Estatística e coordenador do Laboratório de Séries Temporais (LST) do Icex. 

"A plataforma é interativa e possibilita ao usuário escolher o prazo e o estado brasileiro sobre o qual deseja consultar a informação, mas ainda não é capaz de prever o ponto de inflexão, ou seja, quando começarão a diminuir os casos", observa a professora Glaura Santos, chefe do Departamento.

De acordo com a docente, dentro de poucos dias, será disponibilizado novo aplicativo, fundamentado em modelos estatísticos mais complexos, que está sendo elaborado por equipe liderada pelo professor visitante Dani Gamerman.

O projeto vai oferecer uma projeção de infecções e mortes em todos os países e estados brasileiros, em curto e longo prazos, incluindo os pontos de inflexão e a duração da pandemia.

Além de Thiago Rezende e Glaura Santos, o projeto, que atende a uma  chamada emergencial do Ministério da Educação para enfrentamento do coronavírus, conta com a colaboração dos docentes Thaís Galetti, Vinícius Mayrink e Fábio Demarqui, todos do Departamento de Estatística, além de alunos de pós-graduação.

Simulações

O percentual da população em isolamento domiciliar e a intensidade desse processo – inversamente proporcional ao contato físico entre as pessoas – são as variáveis utilizadas por equipe formada pelos professores Luiz Henrique Duczmal, do Departamento de Estatística, Denise Bulgarelli Duczmal, do Departamento de Matemática, ambos do ICEx, e Alexandre Celestino Leite Almeida, da Universidade Federal de São João del-Rei. O grupo construiu uma técnica matemática de simulação de evolução de epidemias, o SEIR com Isolamento Social (Suscetível-Exposto-Infectado-Recuperado com Isolamento Social), uma variação do tradicional modelo SEIR. A equipe tomou como base a situação de Belo Horizonte.

De acordo com o modelo proposto, pessoas sujeitas à infecção entram em contato aleatoriamente com o vírus causador da Covid-19 e se tornam expostas. Após um período de incubação, elas são infectadas e passam a transmitir esse vírus aleatoriamente a outras pessoas suscetíveis. Os infectados podem ser assintomáticos ou sintomáticos, e, com o tempo, eles se tornam recuperados, ou seja, não podem infectar outras pessoas, podendo sobreviver ou morrer.

Com base no modelo, a equipe produziu simulações em diversas situações de distanciamento social. "Se 90% da população de Belo Horizonte ficar dentro de casa, com nível 50 de isolamento, o que significa manter 50 vezes menos contato físico com outras pessoas, a projeção é que ocorra dez vezes menos contágios simultâneos", afirma o professor Luiz Henrique Duczmal, coordenador dos trabalhos, ao exemplificar uma das situações.

O modelo e os cenários simulados estão descritos no documento Avaliação de cenários de isolamento social para a pandemia Covid-19 no município de Belo Horizonte, concluído na última terça-feira, 31 de março.

O trio participou da força-tarefa que resultou no estudo Projeções da evolução da Covid-19 em Belo Horizonte considerando diferentes cenários de eficácia das medidas de isolamento social, que busca correlacionar as medidas de distanciamento social com a taxa de transmissão do coronavírus.

(Texto com informações de Matheus Espíndola)

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG