UFMG e demais universidades do Grupo Montevidéu lançam cátedra de direitos humanos

Primeira iniciativa na UFMG deverá ser a promoção de uma escola de verão sobre o tema em 2020

A Cátedra Aberta de Direitos Humanos, instituída no âmbito da Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), foi lançada nesta quinta-feira, dia 17 de outubro, durante reunião do Conselho de Reitores da entidade, realizada na Universidade Nacional do Litoral, em Santa Fé, na Argentina. A oferta de uma escola de verão sobre direitos humanos, em fevereiro de 2020, deverá ser uma das primeiras ações na UFMG.

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida participou do encontro, que marcou as comemorações do centenário de fundação da universidade argentina, e falou sobre igualdade de gênero em painel que discutiu o papel das instituições de ensino superior no cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo a reitora, as universidades públicas da América do Sul devem fomentar uma reflexão contundente sobre os direitos humanos em âmbito interno e também influenciar as políticas públicas dos seus países. “Ao instituir essa cátedra, reiteramos nosso compromisso com a questão e externamos a disposição de estabelecer cooperações entre nossas instituições, visando à promoção da cultura dos direitos humanos, da paz e do bem-estar entre os povos”, declara Sandra Goulart Almeida.

O projeto da cátedra foi formulado pela Comissão Permanente de Extensão da AUGM, na qual a UFMG tem assento. “No nosso caso, as atividades da cátedra serão integradas às nossas ações acadêmicas, nos campos do ensino, da pesquisa e da extensão, e às políticas institucionais de defesa de direitos humanos aqui desenvolvidas”, explica a pró-reitora de Extensão, Cláudia Mayorga, que participou das discussões.

De acordo com a pró-reitora, a cátedra terá uma perspectiva itinerante, o que significa que suas atividades não ficarão concentradas em uma universidade. “A ideia é promover as ações ao mesmo tempo em várias instituições, garantindo, assim, um efeito multiplicador”, diz Cláudia Mayorga, acrescentando que a iniciativa também não ficará restrita ao universo acadêmico e buscará se aproximar de organismos externos de defesa dos direitos humanos, como as entidades que lidam com as questões de refugiados e de mulheres.  “Não podemos perder de vista que a América Latina ainda é uma região marcada por desigualdades e graves violações de direitos humanos", acrescenta a pró-reitora.

Primeiras ações

Uma das primeiras atividades relacionadas à nova cátedra será a realização, no início de novembro, em Santiago do Chile, do IV Congresso de Extensão da AUGM. Com o tema migração e refugiados, o evento é organizado por quatro instituições: universidades de Playa Ancha, Valparaíso, Santiago de Chile e Chile.

Já na UFMG, está prevista a oferta, em fevereiro de 2020, de uma escola de verão com o tema Educação como direito humano. Professores de universidades da Argentina e do Uruguai conduzirão algumas atividades. Também no âmbito da cátedra, a UFMG estuda a possibilidade de oferecer um curso sobre direitos humanos para profissionais da área de segurança.

Criada em 1991, a AUGM é formada por instituições da Argentina, do Chile, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai. Elas desenvolvem atividades de cooperação ancoradas nas similaridades de suas estruturas acadêmicas e na sua própria condição de instituições públicas e autônomas.

Assessoria de Imprensa