UFMG e Polícia Federal firmam parceria para avaliarem obras de arte

Serão examinadas peças artísticas por meio de um trabalho interdisciplinar

Uma parceria entre a UFMG e a Polícia Federal (PF) foi firmada para a elaboração de um projeto que cria unidades especializadas no exame de obras de arte, para verificar a autenticidade e o valor das peças. Na Universidade, o projeto é liderado pelo Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor)/ Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Belas Artes (EBA), do Centro de Microscopia (CM), do Laboratório de Ensaios de Combustíveis (LEC) do Departamento de Química e Laboratório de Espectrometria Atômica e Química Analítica e Ambiental (Leaquaa).

O coordenador do Lacicor, Luiz Antonio Cruz Souza, destaca que já houve outras cooperações com a Polícia Federal e o Ministério Público, mas projeto elaborado em conjunto é o primeiro. Por exemplo, em 1995, houve uma investigação, no Rio de Janeiro, de quadros falsos de autores renomados, como Portinari, quando foi constatado que muitas das peças analisadas não eram autênticas, além de outras participações dos especialistas da UFMG. Luiz Souza é corresponsável pela verificação da autenticidade da obra de Debret e também participou da análise científica das obras de arte da operação Lava Jato.

As ações serão desenvolvidas por equipes interdisciplinares, que subsidiarão apurações e processos judiciais, incluindo especialistas em história da arte, químicos e de outros campos de atuação. Estarão envolvidos no projeto cerca de 10 professores de diferentes cursos da UFMG, alunos de doutorado em química e de outras áreas.  

De acordo com o professor Luiz Souza, o projeto será financiado pelo Fundo Nacional de Direitos Difusos. Após a liberação dos recursos financeiros, serão comprados os equipamentos necessários para a criação de um laboratório na UFMG e outro laboratório espelho na Divisão Nacional de Criminalística, localizado na sede da Polícia Federal em Brasília, além de um banco de dados. Peritos da PF serão treinados para executarem os trabalhos em parceria com os especialistas da Universidade.

Por meio dessa parceria, a Polícia Federal terá acesso aos dados de redes internacionais de análise e conservação de obras que a UFMG integra, como a Integrated Platform for the European Research Infrastructure on Cultural Heritage (Iperion-CH), em português Plataforma Integrada da Infraestrutura Europeia de Pesquisa sobre Herança Cultural.

Entre as motivações para essa aliança, estão o fato de a Polícia Federal encontrar dificuldades para análises de obras de arte e o aumento das demandas para investigações dessa natureza. Somente em 2019, foram feitas cerca de 300 solicitações junto à instituição. Assim, o setor de perícia da PF buscou apoio junto à UFMG para aumentar a capacitação técnica nas avaliações das peças artísticas, o que trará diversos benefícios sociais.

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG