O Núcleo Jurídico de Diversidade Sexual e de Gênero (Diverso) da UFMG e a Prefeitura de Belo Horizonte lançaram, na última semana, dados inéditos sobre pessoas idosas LGBT+ residentes na capital mineira. A publicação Envelhecer LGBT+: Histórias de Vida e Direitos conta com oito eixos temáticos: subjetividades e envelhecimento; sexualidade e identidade de gênero; violências e discriminações; cuidados e instituições de longa permanência (ILPIs); saúde; cultura, lazer e ativismo político; acesso à renda e empregabilidade e; serviços públicos. A obra pode ser baixada gratuitamente no site do Diverso UFMG: https://diversoufmg.com/projetos/longeviver/.

A publicação surge a partir da pesquisa Longeviver LGBT+: Envelhecimento da população LGBT e diagnóstico sobre o longeviver e o acesso aos serviços públicos municipais. O objetivo central desse estudo é o de realizar um diagnóstico da população idosa LGBT+ de Belo Horizonte sobre o processo de envelhecimento na cidade, situações de violações de direitos e percepções sobre o acesso e a qualidade dos serviços públicos utilizados. 

Em uma das frentes da pesquisa, foram alcançadas 114 pessoas LGBT+ idosas que, por meio de um questionário on-line, prestaram informações sobre seu perfil socioeconômico, sua raça, sua orientação sexual e identidade de gênero, sobre violências e discriminações vivenciadas ao longo da vida e na velhice e sobre acesso à moradia e saúde após os 60 anos.  Em outra fase da investigação, 75 pessoas idosas LGBT+ foram entrevistadas a partir da metodologia de história de vida, que busca compreender aspectos biográficos das pessoas entrevistadas e também suas vivências atuais como pessoas idosas LGBT+ em Belo Horizonte. Em tais entrevistas, foram levantadas questões sobre vivências familiares, comunitárias, profissionais, entre tantas outras, entrecruzadas pela sexualidade e pela identidade de gênero. 

Na perspectiva de um dos coordenadores da pesquisa, o professor Pedro Augusto Gravatá Nicoli, o lançamento da publicação Envelhecer LGBT+: Histórias de Vida e Direitos demarca a urgência de implementação de políticas públicas para essa população. "Como nós vamos alterar, para hoje, a realidade dessas pessoas? Pessoas que sofrem com solidão, isolamento, violência, precariedade material e pobreza? Com os dados, vamos criar e cobrar uma mudança sistemática no cuidado dos órgãos públicos com essas pessoas."
Outras informações: diverso.ufmg@gmail.com.