UFMG turbina cimento com síntese de nanotubos de carbono

Em webinário nesta tarde, às 15h, pesquisadores apresentam detalhes da tecnologia que garante maior resistência ao material

Desenvolvido no final do século 19, na Inglaterra, por Joseph Aspdin, o cimento Portland, o mais utilizado em todo o mundo, foi turbinado por pesquisa desenvolvida na UFMG. O produto é obtido com base na síntese de fibras nanométricas diretamente no cimento. Elas modificam as propriedades mecânicas do material original após o acréscimo de água, resultando em um mais enriquecido e mais resistente a fissuras e à compressão.

A síntese de nanotubos de carbono sobre o cimento é um projeto desenvolvido por professores e pesquisadores da UFMG há mais de uma década. No ano passado, o projeto teve sua patente reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), alçando o Brasil à privilegiada lista de países com licença para produzir um material desta natureza, ao lado dos Estados Unidos e da China. O material desenvolvido pela UFMG também é patenteado nesses dois países.

“O cimento é o material mais utilizado na construção civil no mundo. Ao melhorar sua qualidade, melhoramos também as propriedades do concreto, da argamassa e de outros materiais que usam o cimento e seus compostos na construção civil”, explica o professor José Márcio Calixto. Ele acrescenta que o material nanoestruturado tem potencial de uso no processo de perfuração de poços de exploração de petróleo.

Vitrine on-line

Hoje, 12 de novembro, a partir das 15h, a trajetória do desenvolvimento dessa tecnologia será resgatada no webinário Cimento Portland nanoestruturado – desenvolvimento do produto na última década. O evento, que integra a programação dos 10 anos do Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno (CTNano) da UFMG, contará com a participação do professor e pesquisador José Márcio Calixto e do pesquisador Tarcizo Cruz. Ele será transmitido simultaneamente pelo canal do Centro de Pesquisa no YouTube e pela página da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) no Facebook.  As inscrições, gratuitas, podem ser feitas pela plataforma Sympla. “Nós vamos contextualizar o que foi feito no mundo e qual a abordagem que adotamos no CTNano ao longo desses 10 anos de pesquisa”, explica Calixto.

Um dos diferenciais da tecnologia desenvolvida pela UFMG é o processo de síntese do nanotubo direto no cimento, abordagem iniciada pelo professor Luiz Orlando Ladeira. “Em termos de aplicação, a técnica viabiliza a utilização dos nanotubos de carbono, materiais que incorporam resistência mecânica às matrizes cimentícias, com um custo reduzido e exequível para a indústria da construção civil”, explica Tarcizo Cruz, supervisor da frente de pesquisa Cimento e Materiais Cerâmicos do CTNano/UFMG.

CT Nano, 10 anos

O webinário desta quinta-feira faz parte da programação comemorativa dos 10 anos do Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno da UFMG, que contará, neste mês, com mais dois encontros, sempre às quintas-feiras, às 15h. No dia 19 de novembro, o tema do encontro será a regulação das nanotecnologias, e o convidado é o professor Ary Corrêa Junior. No dia 26 de novembro, uma mesa-redonda discutirá a construção da ponte entre a universidade e a sociedade, com a presença da reitora Sandra Regina Almeida Goulart, do diretor do CNPq, Evaldo Vilela, e dos professores Clélio Campolina, Ronaldo Pena e Mauro Borges Lemos. A mediação será feita por Juliana Crepalde, coordenadora executiva de Transferência e Inovação Tecnológica da UFMG.

A TV UFMG também abordou o processo de produção do cimento nanoestruturado. Assista ao vídeo aqui.

Silvia Dalben / Equipe CT-Nano

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG