Arte e Cultura

48ª edição começa nesta sexta com exposição e shows

Mario Zavagli observa um dos quadros da exposição
Mario Zavagli observa um dos quadros da exposição Foca Lisboa / UFMG

Duas apresentações musicais e a abertura da exposição do ex-professor da Escola de Belas Artes da UFMG Mauro Zavagli marcam, nesta sexta-feira, 15, o início das atividades do 48º Festival de Inverno da UFMG. O reitor Jaime Ramírez, a vice-reitora Sandra Goulart Almeida, a diretora de Ação Cultural, Leda Maria Martins, e a coordenadora geral do evento, Mônica Medeiros Ribeiro, participam da cerimônia de abertura, que terá início às 19h no auditório da Reitoria, no campus Pampulha. Até o dia 23 deste mês, programação gratuita de teatro, dança e música será oferecida em vários pontos da cidade, para todas faixas etárias.

Após a cerimônia de abertura, na qual ocorrerá entrega de placas ao músico Nivaldo Ornelas e a Mário Zavagli, o grupo musical Oco do Toco faz show em homenagem ao músico mineiro. O nome do grupo é inspirado em uma das composições de Ornelas, flautista e saxofonista que está comemorando 50 anos de carreira. O Oco do Toco é formado por Cléber Alves (saxofone), Mauro Rodrigues (flauta), Camila Rocha (contrabaixo) e Paulo Fróis (bateria). A apresentação tem início as 20h.

Às 20h15, será realizada a abertura da exposição de Zavagli, Memória e paisagem, com a curadoria de Fabrício Fernandino. A noite de abertura será encerrada com a apresentação da Geraes Big Band, um dos principais grupos instrumentais da Escola de Música da UFMG, que a cada semestre trabalha com um importante arranjador brasileiro.O convidado da vez é o pianista, arranjador e maestro Nelson Ayres, fundador do grupo instrumental Pau Brasil, e regente, por uma década, da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo.

Geraes Big Band se apresentará com o maestro Nelson Ayres
Geraes Big Band se apresentará com o maestro Nelson Ayres Foca Lisboa / UFMG

Mestre da representação da natureza

Mário Zavagli é pintor, desenhista e gravador. Por mais de 40 anos foi professor na Escola de Belas-Artes, tendo se aposentado no ano passado. O artista tem estreita relação com o Festival, no qual atuou como coordenador e professor em várias edições. Ao longo de sua carreira, realizou inúmeras exposições individuais e participou de mais de duas centenas de mostras coletivas no Brasil. Também participou de mostras e salões de arte em países como Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Grécia e Portugal.

Em Memória e paisagem, dezenas de obras, em sua maioria produzidas nos últimos dez anos, revelam um panorama da capacidade do artista de representar cenas da natureza. Seus desenhos a grafite em grandes formatos, suas pinturas a óleo, têmpera e aquarela e as gravuras digitais atestam sua poética e versatilidade criativa. Também estarão expostos uma série de catálogos de mostras passadas de Zavagli e alguns fragmentos que revelam um pouco do processo criativo do artista: os estudos, as documentações fotográficas, os registros, as anotações, os croquis e o seu material de trabalho.

Várias de suas aquarelas são inspiradas nas telas de artistas que percorriam o Brasil no século 19, em expedições para revelar à Europa as maravilhas da natureza daquele novo mundo. O esplendor dos pores do sol, de grandes campos verdes e o ritmo criado pelos morros estão presentes em grande parte dos trabalhos. As obras foram reproduzidas com ajuda da técnica gliclée print, em que a gravura ou pintura é impressa em altíssima qualidade em diferentes materiais.

Haverá também a exibição de um documentário sobre a obra do artista em projeção contínua. A produção foi realizada por ex-alunos e pessoas próximas ao pintor.

"Passei 43 anos aqui, tenho uma vida ligada à Escola de Belas-Artes, esse lugar é minha segunda casa. Minha primeira oficina no Festival foi em 1976, fazem 40 anos que frequento esse espaço fantástico de criação e liberdade. Estou muito honrado com a homenagem", afirmou o artista, que ontem esteve no saguão da Reitoria para acompanhar a montagem da exposição.

A curadoria é de Fabrício Fernandino, graduado em Pintura e Escultura, mestre em Artes Visuais e doutor em Artes pela EBA. Desde 1994, ele participa do Festival como professor de oficinas, coordenador de área, coordenador-geral e curador. Foi Diretor de Ação Cultural e do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. .

Memória e paisagem fica em exposição até 26 de agosto e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Organizado pela Diretoria de Ação Cultural (DAC) da UFMG, o 48º Festival de Inverno tem como tema Territórios culturais de trânsito – artes visuais, tradições, performances, teatros, ciência, danças e artes audiovisuais. Além da exposição e das apresentações teatrais e musicais, o evento contará com aulas abertas, oficinas, minicurso e outras atrações culturais.

A programação completa do 48º Festival de Inverno da UFMG pode ser acessada no site do evento.

Parte da mostra de Zavagli no saguão da Reitoria: inspiração nas obras de artistas que percorreram o Brasil no século 19
Parte da mostra de Zavagli no saguão da Reitoria: inspiração nas obras de artistas que percorreram o Brasil no século 19 Foca Lisboa / UFMG