Ação no campus Saúde contra o racismo terá debates e cortejo de maracatu
Na próxima segunda-feira, 15, o Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias (Cehmob-MG) promove, no campus Saúde, atividades que vão marcar a descomemoração do 13 de maio, data da Abolição da Escravatura. A iniciativa do Grupo Técnico Racismo Institucional chamará a atenção para o combate ao racismo.
A partir de 13h30, o grupo Bombos de Iroko apresentará cortejo de maracatu, e o público vai receber material informativo sobre doença falciforme e racismo institucional. A programação segue com roda de conversa sobre os mesmos temas no Diretório Acadêmico Alfredo Balena, da Faculdade de Medicina, a partir das 14h. O debate terá participação de Ana Paula Pinheiro (Linha de Cuidados/Cehmob-MG), Maria Zenó (Dreminas) e Dóris Faustino (Programa Ações Afirmativas na UFMG).
O termo hemoglobinopatia refere-se a uma gama de doenças ocasionadas por defeitos na hemoglobina, proteína presente nas hemácias. Essas doenças acometem, sobretudo, pessoas negras.
Neologismo
Segundo a coordenadora do Grupo, Janaína Neres, descomemoração é um neologismo criado pelo movimento negro para provocar reflexões sobre o sentido do 13 de maio. “Popularmente, a abolição está associada à ideia de liberdade, o que não condiz com a realidade, pois o fim da escravidão só foi possível em razão de pressões daquele momento histórico, ligadas à expansão do capitalismo e à necessidade de mais consumidores. Negros e negras foram libertados sem nenhuma garantia de dignidade ou ação promovida pelo Estado”, afirma.
“O racismo, já presente no tratamento das necessidades dos negros naquela época, ainda tem seus reflexos nos dias atuais. Por esse motivo, o mês de maio simboliza a necessidade de enfrentar e combater todas as formas de racismo presentes na nossa estrutura social”, acrescenta o estudante de psicologia Vinícius Theófilo, também integrante do Grupo.
O Grupo Técnico Racismo Institucional, que integra o Cehmob-MG, trabalha na discussão e elaboração de estratégias de enfrentamento e combate ao racismo institucional nos serviços de saúde e na sociedade. O campus Saúde fica na Avenida Alfredo Balena, 190, bairro Santa Efigênia.
(Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina)