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‘Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós’ lança primeiro álbum musical

‘Kirĩbasáwa Yúri Yí-Itá - A Força que vem das Águas’ explora a sonoridade do carimbó com letras que afirmam a cultura dos povos do Baixo Tapajós

Capa do álbum, feita pelo artista Diego Godinho, retrata a diversidade cultural dos povos da floresta
Capa do álbum, feita pelo artista Diego Godinho, retrata a diversidade cultural dos povos da floresta Reprodução / Facebook Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós

O grupo Suraras do Tapajós lança nesta sexta, 28, seu primeiro álbum musical, Kirĩbasáwa Yúri Yí-Itá - A Força que vem das Águas. O conjunto que pertence à Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós é o primeiro de carimbó do Oeste do Pará composto por mulheres e o primeiro do Brasil só de mulheres indígenas. O trabalho explora a sonoridade do ritmo de influência africana bastante difundido no estado do Pará. As letras valorizam a cultura dos povos do Baixo Tapajós. A Associação tem como objetivo combater o racismo e a violência contra a mulher indígena e utiliza a música como expressão dessa luta, se dedicando a um estilo tradicionalmente tocado por homens.

O programa Noite Ilustrada desta sexta teve como convidada para falar sobre o álbum a integrante do grupo Suraras do Tapajós Adelina Borari. Na conversa, ela contou que a Associação reúne cerca de 40 mulheres de profissões variadas e todas participaram do processo de criação do disco e das letras em um trabalho coletivo. A indígena também falou da sua ligação com o carimbó, que vem de sua família há gerações, e sobre a produção do videoclipe Suraras da Beira do Rio, o primeiro do grupo.

Outro tema foram os shows adiados por causa da pandemia. A entrevistada também mencionou a situação de conflito no Alto Tapajós, onde os indígenas têm sofrido ataques de garimpeiros e, além disso, os povos têm sido duramente afetados pela contaminação do rio com mercúrio. Sobre o álbum, Adelina Borari explicou como foi dado escolhido o título do trabalho. “As letras das nossas músicas retratam o dia a dia da mulher amazônida, dos povos da floresta. É das águas que a gente tira não só o nosso sustento, mas também a nossa força espiritual que é dos nossos encantados. Então, o rio é muito importante para as populações tradicionais, para os povos indígenas, principalmente”, afirmou.

O álbum já está disponível nas plataformas de streaming. Para acompanhar o grupo Suraras do Tapajós, acesse o canal delas no YouTube e os perfis no Instagram e Facebook.

Produção: Maron Filho, Carlos Ortega e Alexandre Miranda, sob orientação de Luiza Glória e Hugo Rafael
Publicação: Alessandra Dantas