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Che Guevara: símbolo da revolução e da cultura pop

Professora da UFMG relembra os 50 anos da morte do ícone da Revolução Cubana

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Foto icônica de Che Guevara estampa cartazes pelas ruas de Cuba
Flickr | De @wagnertc em https://goo.gl/Yv951Y | CC BY 2.0

A morte de Ernesto Che Guevara completa hoje 50 anos. Líder e guerrilheiro cubano, ele participou da revolução que depôs o governo de Fulgêncio Batista e colocou Fidel Castro no poder. Che tinha o ideal de espalhar o socialismo pelo mundo - mas em 1967 foi capturado e executado pelo exército da Bolívia. Depois de sua morte, tornou-se um símbolo, tanto de revolução quanto da cultura pop. 

Che Guevara nasceu em uma família argentina de classe média. Ainda jovem, decidiu viajar de motocicleta com um amigo para conhecer todos os cantos da América Latina - aventura que deu origem a um livro e posteriormente foi retratada nos cinemas no filme Diários de Motocicleta.

"Nessa viagem, ele conheceu as misérias e as lutas operárias de uma América profunda e indígena. Depois disso, mudou sua compreensão e passou a lutar por aqueles que estavam sendo excluídos, liderando um movimento contra o imperialismo norte-americano", conta a professora do departamento de História da UFMG, Adriane Vidal.

Nos anos seguintes, Che integrou movimentos sociais e de resistência pela América Central. No México, conheceu revolucionários cubanos e decidiu iniciar uma luta armada em Havana ao lado dos irmãos Raúl e Fidel Castro. Em 1957, com o êxito da revolução que implantou o regime socialista na ilha, ocupou posições de destaque no governo castrista.

"Seu grande ideal era eliminar a exploração, criar territórios livres, romper com o imperialismo e criar igualdades sociais. Evidentemente, ele optou por meios mais violentos para chegar a esse fim", comenta Adriane.

Cinquenta anos após a morte, a imagem de Che Guevara foi apropriada pela indústria cultural e transformada em ícone da cultura pop nos dias atuais. "Sua imagem se torna um produto da indústria cultural. Isso ajuda a esvaziar o sentido político da luta de uma figura tão polêmica e contraditória", avalia a professora em entrevista ao programa Expresso 104,5 desta segunda-feira, 9.

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