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'Não há mãos boas para armas ruins', diz brasileiro entre os laureados com Nobel da Paz

Cristian Wittmann​ integra comitê gestor da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleare​s

Beatrice Fihn, diretora-executiva da ICAN, e brasileiro Cristian Wittmann, do Conselho Gestor da ICAN
Beatrice Fihn, diretora-executiva da ICAN, e brasileiro Cristian Wittmann, do Conselho Gestor da ICAN Reprodução

Um brasileiro está entre os laureados com o Nobel da Paz 2017 - concedido hoje ao ICAN, sigla em inglês para Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares. Cristian Wittmann é professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pampa. Ele participa voluntariamente da entidade desde 2010 e, desde 2014, integra o comitê-gestor do ICAN.

A organização foi premiada pelo trabalho de chamar a atenção para as consequências humanitárias catastróficas do uso de armas nucleares e por seus esforços inovadores para conseguir uma proibição da utilização dessas armas. "Nosso esforço é pela proibição geral e irrestrita desse armamento. Não há mãos boas para armas ruins", alerta Wittmann em entrevista ao Jornal UFMG.

Wittmann afirma que o Brasil é referência no cenário internacional por ter feito "uma escolha política importante de proibir o uso militar da energia nuclear".

"Esse reconhecimento do Prêmio Nobel da Paz é devido a todos os ativistas que trabalham nesse tema e em especial aos ibakuchas, que são os sobreviventes dos ataques que ocorreram no Japão. Alguns deles tiveram a felicidade de ver o resultado do seu esforço em vida, que foi ver o tratado sendo assinado [Tratado para Proibição de Armas Nucleares, assinado em setembro de 2017 pela ONU e ao menos 43 países]. Foi significativo dar uma resposta às vítimas do passado e tentar trazer uma maior segurança para o futuro", conclui.

Ouça a conversa com Vinícius Luiz

Entrevista veiculada no Jornal UFMG desta sexta-feira, 6 de outubro de 2017.