Cresce número de brasileiros que passam mais tempo na frente das telas durante o lazer
Um quarto dos adultos utiliza celulares, computadores ou tablets por pelo menos três horas por dia, revela pesquisa da Faculdade de Medicina; comportamento expressa vida sedentária
![Arquivo da Faculdade de Medicina gdw](https://ufmg.br/thumbor/UeeudHA2iG3_63F2n--Aof2tURs=/0x0:2565x1714/712x474/https://ufmg.br/storage/5/2/f/1/52f18fa41dc01bcf17b19756477620e0_16745811748177_933063217.jpg)
Entre 2016 e 2021, os moradores das capitais brasileiras aumentaram o tempo gasto no lazer em celular, computador ou tablet (grupo chamado CCT) de 1,7 para 2 horas por dia. O tempo médio à frente de uma tela de TV, por sua vez, oscilou minimamente no período — de 2,3 para 2,2 horas por dia. Os dados são de uma pesquisa do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina coordenada pelo professor Rafael Moreira Claro. O artigo Changes in Screen Time in Brazil: A Time-Series Analysis 2016-2021 foi publicado no American Journal of Health Promotion, na semana passada.
Também chamou a atenção dos pesquisadores o aumento da proporção de adultos que gastam três ou mais horas por dia em CCT: de 19,9% para 25,5%. Os pesquisadores destacam que essa tendência é observada em todos os grupos sociodemográficos, principalmente entre os mais jovens (18 a 34 anos), mulheres e pessoas com 9 a 11 anos de estudo.
Expressão do comportamento sedentário
Como explica a pesquisadora Pollyanna Costa Cardoso, doutoranda do Programa, o tempo de tela é a maior expressão do comportamento sedentário e está associado a diversos problemas de saúde, especialmente os relacionados às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como as cardiovasculares e a diabetes tipo 2.
“O comportamento sedentário é tema central na agenda mundial de saúde pública. Além disso, o tempo de tela, especialmente no lazer, é uma escolha pessoal. É muito importante monitorarmos esse fator como ação de vigilância em saúde, de forma a apoiar a elaboração de diretrizes e desenvolvimento de políticas públicas para redução do comportamento sedentário”, analisa.