Descoberta alteração em gene que produz resistência contra a malária
Estudo, que analisou os genomas de 1,7 mil indivíduos da África subsaariana, foi liderado por equipe da UFMG
Doença infecciosa transmitida por mosquitos cujas larvas se desenvolvem em reservatórios de água parada, a malária é endêmica em algumas regiões quentes e chuvosas do planeta, como a África subsaariana. Com prevalência associada a populações muito pobres, a malária é também fator de risco para o linfoma de Burkitt – tipo de câncer pediátrico comum naquela porção do continente africano.
“Trata-se de um grave problema de saúde global, ao qual se deve significativa taxa de mortalidade”, comenta o professor Eduardo Tarazona, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Juntamente com o pesquisador ugandês Sam Mbulaiteye, do Instituto Nacional do Câncer (NCI), dos Estados Unidos, a equipe de Tarazona liderou a pesquisa que identificou variante no gene ATP2B4, com frequência aumentada na população de Uganda, que torna seus portadores mais resistentes à malária. “A variante é, por consequência, candidata a ser protetiva também contra o linfoma de Burkitt. Essa confirmação, no entanto, ainda depende de pesquisas mais aprofundadas”, avalia Tarazona.
Com fundamento em métodos próprios dos estudos de evolução, a equipe de cientistas analisou os genomas de 1,7 mil indivíduos que habitam a África subsaariana. O estudo, publicado no periódico norte-americano PLoS Genetics, foi abordado em matéria veiculada na edição 2.053 do Boletim UFMG.