Dirceu Greco, da Medicina, é novo membro do Comitê de Bioética da Unesco
Infectologista pretende defender modelo brasileiro de acesso universal à saúde e abordagem da sexualidade nas escolas
O professor Dirceu Bartolomeu Greco, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, passa a integrar o Comitê Internacional de Bioética da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Infectologista, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética, Greco foi, em 2010, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
O Comitê tem 36 membros, cuja nomeação leva em consideração as propostas nas ciências sociais e humanas, incluindo leis e direitos humanos, por exemplo, além da diversidade cultural, da representação geográfica e do equilíbrio de gênero. Uma chamada internacional reúne pessoas interessadas em participar. Dirceu Greco é o único representante brasileiro no comitê.
“É importante ter uma representação do Brasil, na situação difícil que estamos vivendo, com barbárie, violência, homofobia, machismo e racismo. É bom ter a certeza de que teremos uma voz nos representando”, comenta o professor.
O órgão da Unesco existe para promover reflexão sobre questões éticas e legais suscitadas pela pesquisa nas ciências da vida e incentivar ações destinadas a aumentar a conscientização do público sobre os temas da bioética. Criado em 1993, o comitê acompanha o progresso na investigação científica e suas aplicações, com a intenção de assegurar o respeito pela dignidade e a liberdade humanas.
Um dos assuntos que Dirceu Greco pretende levar à consideração do Comitê é o acesso universal à saúde, tomando por base o modelo utilizado no Brasil, com o Sistema Único de Saúde (SUS). Ele também tenciona defender a importância de abordagem mais ampla, nas escolas, das questões relacionadas à sexualidade. “Proponho-me a aproveitar esse momento, não só pessoalmente, mas institucionalmente”, destaca.
Os membros do Comitê Internacional de Bioética encontram-se, anualmente, na sede da Unesco, em Paris, França, e mantêm debates a distância. Dirceu Greco permanecerá no cargo por quatro anos.