Pesquisa e Inovação

Editora UFMG e Ieat lançam e-book gratuito sobre ‘figuras da experiência’

Obra reúne artigos de artistas pesquisadores que participaram de colóquios promovidos por grupo de pesquisa da Escola de Belas Artes

'Figuras da experiência'
'Figuras da experiência' Imagem: capa do livro

A Editora UFMG e o Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat) acabam de publicar o e-book Figuras da experiência, que reúne artigos sobre a experiência artística de pesquisadores que participaram dos dois colóquios organizados em 2015 e 2016 pelo Bureau de Estudos sobre a Imagem e o Tempo (BE-IT), grupo de pesquisa da Escola de Belas Artes (EBA). O livro, que reúne a contribuição acadêmica de 21 artistas pesquisadores da própria UFMG e de outras instituições brasileiras e estrangeiras, pode ser baixado gratuitamente no site da Editora.

Os textos do livro apresentam um panorama diverso do que a arte abraça: a teoria da arte e os processos artísticos e suas narrativas, as relações com a psicanálise, os movimentos artísticos históricos, a análise dos comportamentos e ações dos artistas, as intrincadas relações da história com a imagem, a situação dos artistas diante da política e do ativismo, o olhar de um historiador sobre um artista e o olhar de um artista sobre outro, a crítica e a teoria da arte. “Naqueles dias de intensa comunhão, estudantes, pesquisadores e ouvintes se dedicaram a uma atenta escuta e a uma franca interrogação sobre o lugar da arte nos dias de hoje”, diz a sinopse do livro no site da Editora UFMG.

'A experiência é um vaivém entre a autoridade e a descoberta'

Responsável pela organização do volume, a professora Patricia Franca-Huchet, da Escola de Belas-Artes, responde a duas perguntas sobre a obra.

Em que sentido o conceito de experiência é discutido no livro, no que diz respeito à sua relação com a arte?

A experiência envolve vários conceitos correlatos: a memória, o esquecimento, a história, o tempo, a liberdade, a obediência, a tradição, a autoridade, a exemplaridade, a transgressão, a hipótese, a conservação, a invenção, a reprodução e a criação. Ela envolve as duas polaridades, a do ter e a do fazer, é um vaivém entre a autoridade e a descoberta. Ela é uma espécie de imagem crítica e dialética, no sentido de que as descrições e as análises dos processos experimentais são maneiras de firmar as experiências. Um processo artístico ou experimental bem descrito e analisado é capaz de se tornar uma referência, mesmo que provisória. Quando somos tocados e convencidos por um trabalho artístico, é porque ele soube explorar e contemplar as duas faces da experiência, promovendo um encontro entre produção laboratorial e método consistente.

De que forma a experiência do artista pesquisador, como um processo de investigação, se situa no tempo e na história?
Hoje podemos afirmar que a pesquisa em arte, em suas diversas manifestações, apresenta formas e ações suscetíveis de mostrar às ciências humanas interrogações e proposições ainda inexploradas. Assim, deixa transparecer um rico saber que pode consolidar investigações sobre outras ordens da natureza humana em geral. A história da arte é constituída por amplo conjunto de artistas que não teriam sido o que foram, não teriam deixado o marco que deixaram no tempo se não tivessem sido pesquisadores. O artista pesquisador é uma peça-chave na formação e na transmissão do conhecimento histórico, mas também – e sobretudo – de um conhecimento experimental que vivencia em sua prática. Hoje podemos afirmar que a pesquisa em arte, em suas diversas manifestações, apresenta formas e ações suscetíveis de mostrar às ciências humanas interrogações e proposições ainda inexploradas.

Livro: Figuras da experiência (e-book)
Editora UFMG
Organização: Patrícia Franca-Huchet
Gratuito / 360 páginas

Com Assessoria de Comunicação do Ieat UFMG