Extensão

Em nova edição na Estação Ecológica, Domingo no Campus bate recorde de público

Evento comemorou o Dia Internacional do Meio Ambiente
Evento comemorou o Dia Internacional do Meio Ambiente Foto: Foca Lisboa / UFMG

Cerca de 1,3 mil pessoas se reuniram na Estação Ecológica, no campus Pampulha, para a 9ª edição do Domingo no Campus. Para comemorar o Dia Internacional do Meio Ambiente, celebrado amanhã, 5 de junho, esta edição contou com atividades realizadas em meio à natureza, como caminhadas ecológicas e oficina de escotismo, além das já conhecidas brincadeiras comandadas pela equipe do Projeto Tô de Boa, Tô no Campus, do projeto Bike Anjo e das sessões de cinema do Cineclube Olaria.

Um dos destaques foi a exposição sobre a circulação de águas no campus Pampulha, que é cortado por duas sub-bacias hidrográficas – Ribeirão Pampulha e Córrego Mergulhão. A exposição contou com uma maquete que representa a Bacia da Pampulha e os rios que correm debaixo da terra. Segundo o estudante de geografia Gabriel Teles, do Instituto de Geociências da UFMG, é importante que as pessoas conheçam a bacia para que se interessem em preservá-la.

Gabriel Teles, aluno de geografia no Instituto de Geociências da UFMG
Gabriel Teles, aluno de geografia no Instituto de Geociências da UFMG Foto: Carol Prado / UFMG

“Trouxemos a exposição para o Domingo no Campus porque a Estação Ecológica fica na Bacia da Pampulha. O córrego que nasce no bairro Engenho Nogueira passa por baixo da avenida Carlos Luz, onde é canalizado, e depois chega até à Estação Ecológica. Muitos não sabem que embaixo da UFMG passam córregos importantes”, disse.

Integrante do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha, associação civil-comunitária que atua em Belo Horizonte e Contagem, Teles acrescentou que divulgar esse conhecimento permite que as comunidades interna e externa à UFMG se preocupem em preservar as bacias hidrográficas que circulam dentro da cidade.

“As pessoas precisam conhecer a bacia, saber os nomes dos rios que a integram e por onde circulam. Dessa forma, elas passam a pressionar o poder público para cuidar do meio ambiente”, explicou. Hayde de Abreu, de 74 anos, participou com o neto Francisco da exposição sobre a Bacia da Pampulha. “Acho importante que ele, ainda criança, saiba sobre a relevância de se preservar os rios e córregos da região”, justificou.

Hayde de Abreu
Hayde de Abreu Foto: Carol Prado / UFMG

O pró-reitor de Assuntos Estudantis, Tarcísio Mauro Vago, destacou a importância de se comemorar o Dia Internacional do Meio Ambiente no Domingo no Campus.

Julia Amorim, caloura do curso de Biblioteconomia, levou mãe, irmão e tios para a Universidade
Julia Amorim, caloura do curso de Biblioteconomia, levou mãe, irmão e tios para a Universidade Foto: Carol Prado / UFMG

“A UFMG não pode se isolar de sua comunidade. As pessoas precisam curtir a UFMG no que ela tem de acolhedor, que não é apenas a sala de aula e os laboratórios. A cidade universitária precisa ser usufruída todos os dias, inclusive aos domingos. Aqui pode e deve ser um lugar de lazer, onde as pessoas socializam e compartilham bons momentos”, disse.

Para a vice-reitora Sandra Goulart Almeida, a edição realizada na Estação Ecológica mostra que a universidade está no caminho certo para se integrar à comunidade externa. “A UFMG cumpre seu papel de se aproximar dessa comunidade, trazendo as pessoas para um espaço tão bonito e que todos merecem usufruir. A universidade é um espaço plural e de diversidade, por isso precisamos nos abrir. É muito gratificante ver a UFMG como um espaço público e de compartilhamento de experiências”, concluiu.

Para a pró-reitora de extensão, Benigna Maria de Oliveira, a realização do Domingo no Campus na Estação Ecológica aproxima as pessoas de um local da UFMG que ainda é pouco frequentado pela comunidade. “Com 114 hectares, a Estação Ecológica é uma área de preservação ambiental que faz trabalhos importantes de ensino, pesquisa e extensão, todos voltados para a preservação do meio ambiente. Muita gente não possui o costume de frequentar esse espaço, então é importante que a universidade abra as portas para que as pessoas tenham a oportunidade de conhecê-lo.”

Crianças concentradas em uma das várias atividades oferecidas no evento
Crianças concentradas em uma das várias atividades oferecidas no evento Foto: Foca Lisboa / UFMG

Transporte da moradia universitária
A linha de ônibus que faz o trajeto entre as moradias universitárias, no bairro Ouro Preto, e o campus Pampulha, circulou neste domingo, transportando residentes até a Estação Ecológica em dois horários (ida e volta). Para a professora Márcia Lousada, diretora de Políticas de Apoio Acadêmico, vinculada à Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, essa facilidade busca atender a uma demanda dos alunos da moradia universitária.

Bruno Esteves, estudante de jornalismo da UFMG
Bruno Esteves, estudante de jornalismo da UFMG Foto: Foca Lisboa / UFMG

Esses alunos precisam de mais alternativas de lazer. Eles estão perto da universidade, mas, na correria do dia a dia, não participam tanto de atividades de lazer porque acabam imersos nos estudos”, diz. Ela acrescentou que esse tipo de iniciativa é importante para os estudantes que, muitas vezes, enfrentam momentos de solidão e estresse devido às exigências da vida acadêmica.

“Temos nos sensibilizado em favor da saúde mental e contra o sentimento de solidão e o estresse que podem afetar esses alunos. O lazer serve como instrumento de formação cidadã, integrando esses estudantes. Aqui eles se divertem, fazem amigos e se sentem menos solitários.”

Bruno Esteves, estudante de jornalismo da UFMG que vive na moradia universitária, utilizou o transporte gratuito para chegar à Estação Ecológica. “Há pouca interação entre os alunos da moradia. O transporte incentiva os estudantes a participarem do Domingo no Campus e promove a integração da comunidade universitária”, disse.

Franceli Watanabe contou que, em quase três anos como aluna da graduação em Terapia Ocupacional, nunca tinha visitado o espaço. “Com o Domingo no Campus a gente pode sair um pouco do estresse da semana de estudos e trazer a família para conhecer a Estação Ecológica. Eu adorei”, disse ela.

Franceli Watanabe
Franceli Watanabe Foto: Carol Prado / UFMG
Anderson Lima, aluno de Engenharia de Sistemas
Anderson Lima, aluno de Engenharia de Sistemas Foto: Carol Prado / UFMG

Anderson Lima, aluno de Engenharia de Sistemas, elogiou a infraestrutura da Estação e deixou o filho Pedro Henrique à vontade para participar das brincadeiras e oficinas. “O evento, que geralmente acontece no gramado da Escola de Música, ficou muito interessante nesse espaço, principalmente por causa do contato com a natureza”, ressaltou. 

A aluna Julia Amorim, caloura do curso de Biblioteconomia, foi ao evento acompanhada da mãe, do irmão e dos tios. Ela elogiou a iniciativa e disse que pretende voltar nas próximas edições. “As atividades estão muito divertidas. Já participei da brincadeira de rouba-bandeira, da dança cigana e ainda vou fazer a pintura no rosto”, contou.

O Domingo no Campus é iniciativa das pró-reitorias de Extensão (Proex), de Administração (PRA) e de Assuntos Estudantis (Prae), da Diretoria de Ação Cultural (DAC), da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) e do Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom).

Alguns participantes aproveitaram o domingo de sol para pedalar na Estação Ecológica
Alguns participantes aproveitaram o domingo de sol para pedalar na Estação Ecológica Foto: Foca Lisboa / UFMG