Extensão

Na primeira edição do ano, UFMG Talks debate o potencial científico da Antártica

Luiz Rosa e Andrés Zarankin falarão sobre suas pesquisas nos campos da microbiologia e antropologia

O programa UFMG Talks abre a temporada 2020 na próxima quarta, dia 11, com o tema Antártica: vida no continente gelado. Ao longo dos séculos, a Antártica preservou no gelo riquíssimos registros de vida, desde microrganismos inexistentes em outros ambientes do planeta, até os primeiros artefatos humanos deixados por baleeiros. Para conversar sobre esse continente desconhecido para muitos, o programa recebe os professores da UFMG Luiz Rosa e Andrés Zarankin, que apresentarão os resultados de suas pesquisas nas áreas da biologia e antropologia.

O evento começa às 19h no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil, na Praça da Liberdade, com entrada gratuita, e os ingressos serão distribuídos a partir das 18h na bilheteria do CCBB.

Tratado
O professor Luiz Rosa discorrerá sobre o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), sobre os organismos governamentais envolvidos na iniciativa e sobre a participação do Brasil no Tratado Antártica, que reúne outras 28 nações. "É um poder enorme que envolve territórios e rotas marítimas. Para se manter no tratado, o Brasil tem de continuar fazendo pesquisas no continente”, ressalta.

Luiz Rosa, que desenvolve pesquisas na Antártica desde 2006, iniciou um projeto sobre fungos em 2014. “Por meio de amostras coletadas em diferentes partes da Antártica, observamos se eles podem gerar antibióticos de interesse para o Brasil", resume ele, que também falará sobre a importância dos investimentos públicos feitos nas pesquisas.

Ocupações humanas
A ocupação humana na Antártica é o foco dos estudos do arqueólogo Andrés Zarankin. “Nosso projeto está permitindo mudar o entendimento sobre a ocupação. Comparamos o que aconteceu na Antártica com o que se vê na Amazônia. Não há controle, é uma lógica capitalista que pode gerar desastres ecológicos", projeta.

Zarankin também vai mostrar como os cortes de financiamento influenciam os estudos realizados na Antártica. No vídeo abaixo, produzido pela TV UFMG, o professor destaca os desafios do trabalho de campo:

Após breve apresentação de cada professor, o encontro é aberto para debate do público, que envia perguntas por aplicativo de mensagem.

Os convidados
Luiz Rosa é professor do Departamento de Microbiologia da UFMG e pesquisa os fungos presentes em diferentes ecossistemas. Atua no Programa Antártico Brasileiro (Proantar) com estudos de taxonomia, diversidade e ecologia de fungos e sua aplicação em processos biotecnológicos. É graduado em Biologia pela PUC Minas (1998), com mestrado (2002) e doutorado (2004) em Microbiologia pela UFMG. Fez residência pós-doutoral no Natural Products Utilization Research Unit, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (NPURU-USDA). É coordenador do Laboratório de Microbiologia Polar do Instituto Nacional de Ciência da Criosfera (INCC).

Professor do Departamento de Antropologia e Arqueologia da UFMG, Andrés Zarankin pesquisa as primeiras ocupações humanas na Antártica e coordena o Laboratório de Estudos Antárticos em Ciências Humanas (LEACH). Suas investigações têm ênfase na Arqueologia Histórica, na Teoria Arqueológica, na Arqueologia da Arquitetura e na Cultura Material. É graduado em Antropologia, com orientação em Arqueologia (1994), e especialista em História e Crítica da Arquitetura, ambas pela Universidade de Buenos Aires. Cursou doutorado (2001) e pós-doutorado (2005) em História pela Unicamp.

Luiz Rosa, a esquerda, e Andrés Zarankin, a direita, são os convidados do UFMG Talks
Luiz Rosa e Andrés Zarankin: desafios e apresentação de pesquisas na Antártica

Em 2019, o UFMG Talks promoveu bate-papos sobre a identidade do povo brasileiro, nanotecnologia, inteligência artificial, vacinas, fake news e revolução genética. 

O tema da edição seguinte, marcada para 8 de abril, já está definido: Envelhecimento: O tempo não para. Os professores Lygia Paccini Lustosa e Paulo Caramelli apresentarão informações sobre a saúde da população no futuro, os efeitos do avanço da idade e a prevenção de doenças neurodegenerativas, entre outros temas.