Ensino

Transtornos do autismo são objeto de nova especialização da UFMG

Área é marcada por desequilíbrio entre a alta demanda e o pequeno número de profissionais qualificados

Acadêmica de Psicologia fazendo intervenção com uma criança no Lead
Estudante de Psicologia em atividade com criança atendida pelo Lead Arquivo Lead

Com o intuito de aproximar pesquisadores e professores que lidam com os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) no trabalho e em suas vidas e oferecer uma formação sólida e atualizada a profissionais e demais pessoas interessadas neste distúrbio neurológico, a UFMG inaugura neste semestre o curso de pós-graduação lato sensu na área. As atividades da especialização contarão com o suporte acadêmico-científico do Laboratório de Estudo e Extensão em Autismo e Desenvolvimento (Lead), do Departamento de Psicologia da Fafich.

O objetivo do curso é promover o aprofundamento teórico-prático sobre o TEA, com base na literatura científica atual, fornecer instrumental ético, técnico e jurídico para atender crianças, adolescentes e adultos diagnosticados ou com suspeita diagnóstica de TEA, oferecer apoio a familiares e qualificar a atuação de profissionais de instituições educacionais.

Para a coordenadora do curso, professora Maria Luísa Magalhães, do Departamento de Psicologia da Fafich, a área é marcada pelo desequilíbrio entre a alta demanda e o baixo número de profissionais especializados. Aproximar docentes da UFMG que já estudam o espectro e os projetos existentes na universidade, como o Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (Praia) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, também motiva a criação do curso.

"A inauguração da especialização me deixa muito feliz não só como professora e pesquisadora da área, mas também como mãe. Tenho um filho com o transtorno e isso foi fundamental para minha busca por um novo direcionamento na carreira. Além do contato ‘por dentro’, acompanho o projeto de extensão Praia e observo de perto o cotidiano das famílias e a dificuldade de encontrar profissionais com uma formação sólida e atualizada na área”, afirma a professora.  

Estrutura da especialização
Aberto a qualquer pessoa que tenha concluído graduação, o curso terá duração de 24 meses, com aulas entre março e dezembro de 2018, realização de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e 30 horas de prática assistida em 2019. De caráter interdisciplinar, com ênfase em análise do comportamento, o corpo docente reunirá professores de diversas áreas do conhecimento como psicologia, terapia ocupacional, pediatria, educação e musicoterapia.

A grade curricular conterá as seguintes disciplinas: Genealogia e Desenvolvimento do TEA: Aspectos histórico-sociais do diagnóstico; Neurobiologia do TEA; TEA, comunicação e inclusão; Metodologia de pesquisa em educação e saúde; Diagnóstico, linguagem e comunicação no TEA; Análise aplicada do comportamento e TEA; Oficinas de intervenção: corpo e arte no TEA; Temas contemporâneos e TEA; Técnicas de cuidado, organização do cotidiano e aspectos sensoriais do TEA.

Inscrições e seleção
As inscrições estão abertas até 16 de fevereiro, pelo e-mail especializacao.tea.ufmg@gmail.com. Veja o edital.

O processo de seleção da turma será feito presencialmente no prédio da Fafich, por meio de agendamento, no período de 19 a 22 de fevereiro, das 9h às 18h. As aulas serão ministradas no prédio da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), às sextas-feiras, das 19h às 22h30, e aos sábados, das 8h às 16h30.  O curso pode ser pago em 24 parcelas de R$ 650.

Mais informações estão disponíveis na página no Facebook e no site da especialização

Ferdinando Marcos