Arte e Cultura

Festival de Verão da UFMG abre hoje com capoeira e banquete para os orixás

Apresentações serão no Centro Cultural

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'Suíte capoeira' é um concerto sinfônico que reúne instrumentos musicais da capoeira, como berimbau, atabaque, pandeiro, agogô e reco-recoDivulgação

Duas manifestações representativas da tradição africana que foram incorporadas pela cultura brasileira marcam, no Centro Cultural UFMG, a abertura nesta segunda-feira, dia 11, da 13ª edição do Festival de Inverno da UFMG. Às 19h10, o concerto Suíte Capoeira envolverá o público com uma tradicional roda de capoeira embalada pelo som de berimbaus e de diversos instrumentos orquestrais. 

Na sequência, o doté (sacerdote do Candomblé) Márcio de Azansú vai preparar para as orixás Yemonjá e Oxum uma refeição que também será compartilhada com o público. Antes das apresentações, dirigentes da UFMG e organizadores do evento darão as boas-vindas ao público.

Rompendo paradigmas
O concerto Suíte Capoeira foi idealizado em 2012, em Belo Horizonte, pelo compositor Rafael Calaça, em parceria com o Quarteto de Cordas U.A.I. (sigla para União dos Artistas Internacionais), formado por músicos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. “Trata-se de uma obra sinfônica, densa, complexa e rompedora de paradigmas artísticos, na medida em que inclui a capoeira e seu instrumental, com berimbaus, atabaque, pandeiro, agogô e reco-reco”, descreve o autor.

Assista ao primeiro ato do espetáculo:

Rafael Calaça destaca que sua pesquisa sobre o tema deu origem ao trabalho acadêmico [Com]textura da música e a capoeira,  que defendeu em 2016, na Escola de Música da Uemg. Suíte Capoeira foi apresentado pela primeira vez na abertura do 43º Festival de Inverno de Itabira, em julho de 2017.

Capoeirista desde os oito anos de idade, Calaça teve seu primeiro contato com a música por meio dos instrumentos da capoeira. Hoje é especialista em música popular pela UFMG e em música erudita pela Uemg. O músico é filho do Mestre Camisa, capoeirista que, em 2011, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Uberlândia, por sua relevante contribuição para o desenvolvimento da cultura afro-brasileira.

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O 'doté' Márcio de Azansú vai preparar uma comida de orixá com base nos preceitos dos rituais africanos Foto: Foca Lisboa / UFMG

'Comer juntos'
A palavra ajéum, no idioma iorubá, é a contração das palavras awa (nós) e jeun (comer), que significa "comer juntos", e refere-se a uma refeição comunal. Essa é a proposta da atividade O Ajéum que nos une, que terá início às 20h.

Na cerimônia, Márcio de Azansú vai preparar comidas com base nos preceitos relacionados aos rituais africanos, usando camarão, azeite de dendê, cebola ralada e arroz, entre outros ingredientes. "O banquete tem o objetivo de unir todos os profissionais envolvidos e os artistas convidados, além de abençoar as atividades do evento com a energia do amor e da sabedoria", anuncia o doté.

Com vestimentas tradicionais africanas, Márcio de Azansú também fará uma explanação ao público sobre as orixás. "Yemonjá é conhecida como a rainha do mar, e Oxum, a rainha das águas doces. Yemonjá é a deusa da inteligência, atributo que ela usa para unir os filhos. Oxum é a deusa do amor, e seus encantamentos visam à fertilidade", antecipa. 

Os eventos são abertos a todos os públicos. Não é necessária a retirada de ingresso ou senha antecipada. Veja a programação do Festival de Inverno no hotsite do evento.

O Centro Cultural UFMG fica na Av. Santos Dumont, 174.