Ícone do ‘jornalismo gonzo’, Hunter Thompson morreu há 15 anos
Professor Bruno Leal, do Departamento de Comunicação Social, falou sobre obra do jornalista e escritor
Nesta quinta-feira, 20, completam-se 15 anos da morte do jornalista e escritor estadunidense Hunter Thompson. Conhecido como precursor do jornalismo gonzo, começou sua trajetória como escritor ainda na década de 1950, quando, após ser preso por um roubo, cumpriu parte da pena trabalhando como jornalista na Força Aérea. Depois de ter se desligado das Forças Armadas, decidiu seguir a profissão e passou a estudar escrita de contos na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Foi quando finalizava os estudos que Hunter Thompson conseguiu seu primeiro emprego na Revista Time, de onde foi rapidamente demitido por seu comportamento. A partir daí, trabalhou em outros jornais e editorias, com passagens que tiveram desfecho semelhante ao de seu primeiro emprego. Porém, o que poderia se tornar um problema foi, na verdade, o trunfo de Hunter Thompson. Os textos produzidos pelo escritor continham traços do estilo de vida levado por ele e deram origem ao jornalismo gonzo.
O gênero, que faz uso de elementos literários, apresenta uma narrativa em primeira pessoa e mistura ficção e realidade, propondo um mergulho do repórter nas experiências. Em uma das coberturas de Hunter Thompson, por exemplo, ele acabou levando uma surra da gangue de motoqueiros Hell's Angels. Já em Medo e Delírio em Las Vegas, livro mais famoso de sua carreira, o autor demonstra como imerge plenamente na história, ao compor um texto responsável por transformar o jornalismo. Hunter Thompson morreu no dia 20 de fevereiro de 2005, ao dar um tiro de espingarda na própria cabeça. O suicídio já havia sido tema de alguns trabalhos do escritor.
No programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, o doutor em literatura comparada Bruno Souza Leal, professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG, falou sobre a obra e o legado de Hunter Thompson para o jornalismo e a literatura.