Arte e Cultura

Matheus Trevizam, da Fale, vence Prêmio Abeu na categoria 'tradução'

Julio Jeha, também da Letras, ficou com o terceiro lugar com tradução publicada pela Editora UFMG; com livro sobre BH, Editora venceu na categoria 'projeto gráfico'

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Tradução de Matheus Trevizam conquistou Prêmio AbeuImagem: Reprodução de capa

O professor Matheus Trevizam, da Faculdade de Letras da UFMG, venceu o 7º Prêmio ABEU na categoria Tradução. Oferecido anualmente pela Associação Brasileira das Editoras Universitárias, o prêmio teve o seu resultado divulgado ontem, terça-feira, 23, em evento transmitido pela internet.

Matheus foi premiado por sua tradução para o poema Aetnapublicada em livro no ano passado pela Editora Unicamp. Na obra, um poeta anônimo da segunda metade do século 1 d.C. explica as erupções do monte Etna, na Sicília.

A tradução de Matheus fora a primeira já feita do poema para a língua portuguesa. O original do poema está em latim. “Trata-se de reconhecimento por um trabalho tradutório na área de Letras Clássicas, prestigiando assim nosso ofício de estudiosos/amantes do Mundo Antigo”, escreveu o tradutor em correspondência a colegas de profissão.

Pensamento científico
A singularidade do poema está em seu apreço pelo pensamento científico. “Servindo-se de teorias expostas por escolas filosóficas do passado”, explica a sinopse do volume, “o autor pretendeu desmitificar os receios humanos diante da natureza: suas chamas seriam devidas à agitação natural dos elementos – ar e fogo – nas galerias subjacentes ao monte, e não aos movimentos de Gigantes ou à operação da forja de Vulcano nas entranhas do Etna.”

A tradução do texto do latim para o português era do interesse não apenas de estudiosos da literatura, mas também de pesquisadores da história das ciências – particularmente, filósofos, geógrafos e geólogos –, já que a obra documenta o conhecimento que os antigos romanos acumularam sobre vulcanologia.

“Aetna é um elogio à primazia da ciência sobre a superstição e o saber popular. Uma discussão sobre mito e ciência no mundo greco-romano em que a geologia, a poesia e várias lendas associadas ao Etna se entrelaçam”, anota-se na sinopse. As primeiras 20 páginas do livro podem ser lidas aqui.

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'O defunto carnavalesco'Imagem: Reprodução de capa

Do que morre, do que nasce
O terceiro lugar na categoria Tradução também foi conquistado por um professor da Faculdade de Letras. Julio Jeha levou o prêmio por seu trabalho em O defunto carnavalesco: a morte e os mortos na literatura brasileira moderna, livro de Robert H. Moser, publicado pela Editora UFMG. Na obra, Moser explora as representações da morte e dos mortos no imaginário coletivo e literário brasileiro.

A Editora UFMG também foi contemplada pelo prêmio, juntamente com a Edusp, em razão do livro A casaca do arlequim – Belo Horizonte, uma capital eclética do século XIX, de Heliana Angotti-Salgueiro, que trata da arquitetura fundacional de Belo Horizonte. O livro conquistou o primeiro lugar na categoria Projeto gráfico, que foi realizado pela Negrito Produção Editorial.

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'A casaca do arlequim'Imagem: Reprodução de capa




Livro: Aetna / Etna
Autor: Anônimo
Tradutor: Matheus Trevisam
Editora Unicamp
R$ 50 / 184 páginas

Livro: O defunto carnavalesco: a morte e os mortos na literatura brasileira moderna
Autor: Robert H. Moser
Tradutor: Julio Jeha
Editora UFMG
R$ 80 / 344 páginas

Livro: A casaca do arlequim – Belo Horizonte, uma capital eclética do Século XIX
Autora: Heliana Angotti-Salgueiro
Editora UFMG / Edusp
R$ 100 / 608 páginas

Ewerton Martins Ribeiro