‘Minha vida é um livro aberto’: pessoas estigmatizadas se abrem à leitura
Na manhã dessa quinta-feira, 18, em que se comemorou o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, o bosquinho da Reitoria recebeu a instalação Livro vivo, espécie de biblioteca humana em que a comunidade universitária pôde “ler” pessoas estigmatizadas.
A atividade integrou a programação da 5ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG, que foi encerrada na manhã de hoje com um “conversatório”, em que os participantes do evento discutiram estratégias de atenção à saúde mental que integrem a Universidade e a cidade.
A instalação Livro vivo foi tema de reportagem da TV UFMG, que conversou com a professora do Departamento de Psicologia Stella Goulart, responsável pela instalação. "[Aqui, estamos trabalhando] a ideia de 'outrar-se': ou seja, se colocar no lugar do outro. Porque só assim é possível construir uma perspectiva ética, verdadeira, construir encontros verdadeiros", explica Stella.
Para não julgar pela capa
Desdobramento de um convênio de amplo escopo firmado entre a UFMG e a Universidade de Estudos da República de San Marino, da Itália, a instalação Livro vivo é inspirada na experiência dessa universidade na atenção a pessoas que enfrentam a estigmatização, como cegos, surdos, cadeirantes, indígenas, obesos e pessoas com sofrimento mental.
A instituição integra o movimento da Psiquiatria Democrática Italiana (PDI), pioneiro no combate aos manicômios e na campanha pela revisão dos estatutos jurídicos relativos às doenças mentais, no qual a iniciativa brasileira se baseia.
A instalação realizada na UFMG foi apenas a segunda do tipo já realizada no Brasil. Em agosto de 2009, a PUC-Rio realizou ação semelhante, conforme dá conta o site da Human Library. Além da reportagem da TV UFMG, o Boletim UFMG também tratou da instalação na edição desta semana.