Novo concerto do Ars Nova homenageia o maestro Carlos Alberto Fonseca
Coral interpreta, no YouTube, peça exemplar do compositor, que dirigiu o grupo por 41 anos
Neste mês de junho, o Ars Nova – Coral da UFMG comemora o aniversário do maestro e compositor Carlos Alberto Pinto Fonseca, que dirigiu o coral durante 41 anos. Em sua homenagem, o Ars Nova lançou, em seu canal no YouTube, o coro virtual de Ponto de Oxum-Yemanjá, obra composta por ele em 1965.
Ponto de Oxum-Yemanjá é exemplar da espiritualidade que marca toda a obra de Carlos Alberto Fonseca – nesse caso, por meio da temática afro-brasileira. O compositor tinha grande interesse na interlocução entre diferentes culturas, assim como entre a música popular e a erudita.
O coro foi realizado a distância, no contexto de trabalho remoto que o Ars Nova adotou em março deste ano devido à pandemia do novo coronavírus. A iniciativa é apoiada pela Escola de Música e pela Pró-reitoria de Extensão da UFMG.
Os vídeos anteriores, com a obra sacra Agnus Dei, da norte-americana Emily Doll, e as canções Apesar de você, de Chico Buarque, e MLK, do U2, também estão disponíveis no canal do Ars Nova no YouTube.
Sobre o maestro e o Ars Nova
Carlos Alberto Pinto Fonseca nasceu em Belo Horizonte, no dia 7 de junho de 1933. Estudou no Conservatório Mineiro de Música, mudou-se para São Paulo e, depois, para Salvador, onde se formou em regência coral. Em seguida, especializou-se em regência de orquestra na Alemanha e morou também na Itália. A partir de 1963, de volta ao Brasil, sua história se entrelaça com a do Ars Nova.
O Ars Nova tem mais de 60 anos de existência – desses, 41 sob a regência de Carlos Alberto Pinto Fonseca. Nesse período, o coro tornou-se mundialmente reconhecido. Foram mais de 20 excursões nacionais e internacionais, incluindo festivais como o Concurso Polifônico Internacional Guido d’Arezzo, o Festival de Coros de Atenas (Grécia) e o Festival Internacional de Música de Cantonigròs (Espanha).
O Coral fez cerca de 1,4 mil apresentações em 79 cidades de 12 estados brasileiros e em 66 cidades de 17 países, em palcos tão distintos como o Lincoln Center, de Nova York, e a Casa de Ópera Teatro Municipal, de Ouro Preto. Com Carlos Alberto, o Ars Nova ainda registrou a gravação de oito trabalhos, entre eles, o LP da Missa afro-brasileira, composição premiada de Carlos Alberto Pinto Fonseca, em 1987, e a estreia mundial da obra Réquiem de Durante, de Francesco Durante (1684-1755), gravada em 2000.
Foi também sob a coordenação de Carlos Alberto que o Ars Nova passou a integrar a UFMG – naquela época, Universidade de Minas Gerais –, a convite do então reitor Aluísio Pimenta.
O Ars Nova – Coral da UFMG vem representando a cultura brasileira e a Universidade ao longo de décadas e, desde sua fundação, em 1959, conquistou inúmeros prêmios e condecorações em importantes festivais nacionais e internacionais. Sob direção artística do maestro Lincoln Andrade, o Ars Nova tem-se apresentado em Belo Horizonte e outras cidades de Minas e do Brasil, além de realizar estreias brasileiras de obras contemporâneas.