Novas regras sobre as manifestações políticas de atletas nas Olimpíadas de Tóquio geram debate
Professoras da UFMG discutem as mudanças feitas pelo Comitê Olímpico Internacional
![Angelo Cozzi, Mondadori Publishers | Wikimedia Commons Nas Olimpíadas do México em 1968, protesto histórico dos velocistas dos EUA Tommie Smith (ao centro) e John Carlos contra a discriminação racial: subiram descalços ao pódio e ouviram o hino com a cabeça baixa e o punho cerrado. Na época, eles foram punidos](https://ufmg.br/thumbor/MbtHn6jYUwPF8SeWmmYXKfHhlGU=/0x1:685x458/712x474/https://ufmg.br/storage/4/8/b/c/48bc2807774e730082e8449e90df11c4_16269759407407_1748584261.jpg)
As Olimpíadas de Tóquio começaram oficialmente nesta sexta-feira, 23, e vão até o dia 8 de agosto. Neste ano, a competição trouxe novas regras sobre as manifestações políticas dos atletas. O Comitê Olímpico Internacional (COI) delimitou que antes do início das provas, durante entrevistas próximas aos campos de disputa, e nas entrevistas coletivas, os atletas poderão se manifestar. Mas a entidade vetou manifestações nos pódios, nos campos, e nas cerimônias de abertura e encerramento.
As Olimpíadas possuem um tipo de Constituição própria, a chamada Carta Olímpica. O documento, que já passou por diversas atualizações desde sua primeira versão em 1894, é regido pelos princípios do Olimpismo, baseados na confraternização pacífica entre os povos. A discussão atual está sendo feita em torno do Artigo 50, que originalmente estabelece que “nenhum tipo de demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em qualquer evento olímpico, local, ou outras áreas”. A revisão feita pelo COI para esta edição dos jogos flexibiliza, em parte, a aplicação dessa regra.
Mas, afinal, deve haver limites para as manifestações políticas dos atletas? E quais são as possíveis consequências para aqueles que violarem as regras estabelecidas pelo Comitê Olímpico? Para repercutir essas questões, a repórter Beatriz Kalil conversou com as professoras Ana Carolina Vimieiro, do Departamento de Comunicação Social da UFMG, e Carla Carvalho, da Faculdade de Direito da UFMG. Saiba mais: