Pesquisa e Inovação

Pesquisa do DCC sobre jogos em nuvem busca voluntários para testes

Estudo vai analisar características da rede e do jogador

Estrutura montada para receber voluntários no Laboratório Wireless Network, no ICEx
Estrutura montada para receber voluntários em laboratório no ICEx Nathalie Rajão | DCC-UFMG

Pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (PPGCC) da UFMG busca voluntários para um trabalho envolvendo jogos disponíveis na nuvem. Liderado pelo doutorando Daniel Henriques Soares, o estudo pretende analisar a qualidade de experiência (QoE) dos jogadores ao fim do jogo. O pesquisador explica que os jogos em nuvens são uma tecnologia recente. “Ainda são poucos, todos começaram há menos de dois anos e ainda estão em fase beta. Até mesmo as grandes empresas ainda não sabem exatamente como oferecer esse serviço, que é bastante novo”, conta. Segundo Henriques, os resultados podem ajudar a entender os requisitos e elementos para uma experiência positiva e, assim, subsidiar a oferta futura de jogos na nuvem.

De acordo com Henriques, o conceito de qualidade de experiência (QoE) – trabalhado por ele no mestrado e, agora, no doutorado, sob orientação do professor Daniel Macedo, do DCC – já é bastante utilizado em outras áreas de tecnologia, como a dos serviço e plataformas de streaming, mas é uma tendência ainda pouco explorada na área de jogos. Na visão do pesquisador, a utilização desse conceito em estudos pode ajudar a desenvolver jogos mais adequados à realidade do jogador. 

“No mestrado, eu fiz a mesma pesquisa, mas senti que olhei mais para a rede e não me atentei tanto ao jogador. A ideia agora é unir a análise da rede à avaliação da experiência humana. Ampliei o estudo justamente para que a análise da qualidade de experiência seja mais ampla e mais abrangente, para perceber se as características das pessoas que jogam, como idade e gênero, influenciam na avaliação que fazem da experiência com os jogos. Não é realidade pensar que uma experiência boa seja algo positivo para todo mundo, por isso é importante aumentar o recorte, para entender como cada grupo de pessoas avalia um cenário de qualidade”, defende.

Um dos benefícios dos jogos na nuvem, segundo Henriques, é a redução de custos. “Atualmente, fora da nuvem, o jogador precisa ter um computador, que é caro. Os preços dos consoles também são muito altos. Para jogar na nuvem, não é preciso gastar tanto, pois o computador do usuário não executa o jogo, apenas recebe as imagens da própria nuvem”, explica o doutorando. Por isso, a evolução do estudo deverá favorecer a proposta de melhorias nos serviços de jogos em nuvem. Consequentemente, poderá possibilitar que os usuários joguem sem custos extras e tenham experiências melhores e mais satisfatórias. 

Testes no ICEx
Os testes, realizados no Laboratório Wireless Networks (WINet, sala 2302 do ICEx, campus Pampulha), já começaram e, recentemente, a estrutura foi ampliada, de uma para duas bancadas, para atender aos jogadores interessados. Daniel Henriques explica que não é necessário ter experiência. "Pessoas que nunca jogaram são muito bem-vindas, pois podem trazer mais diversidade e amplitude ao estudo, sejam mais velhas ou mais novas. Quanto mais diverso o perfil dos jogadores, melhor”, salienta. 

Para participar, o interessado deve agendar dia e horário por meio deste link. Segundo Daniel Henriques, o tempo de imersão nos jogos é escolhido pelo próprio participante – cada jogo dura três minutos. As possibilidades disponíveis são 15, 30, 45, 60 ou 120 minutos, e, durante o período escolhido, o participante será acompanhado pelo doutorando. Durante os testes, interferências na rede serão provocadas para simular a qualidade da internet, em diferentes condições. 

“Quanto mais tempo o participante jogar, melhor, pois teremos mais dados para avaliar a experiência. Em relação aos jogos, são três tipos disponíveis [Half-Life 2, Spelunky e F.E.A.R]. No momento da atividade, o participante poderá montar sua própria experiência, jogando apenas um ou até mesmo os três. Ao fim, vamos processar todos esses dados para compreender as condições necessárias à internet e como as características das pessoas envolvidas impactam o processo”, pontua o pesquisador do DCC.

Hugo Rafael | Com Assessoria de Imprensa e Comunicação do DCC