Pesquisa problematiza performance de cantoras brancas do axé
‘Aqui tem ciência’, da Rádio UFMG Educativa, apresenta dissertação defendida na Escola de Música sobre a atuação de Daniela Mercury, Claudia Leitte e Ivete Sangalo
![Luiz C. Ribeiro | Canto da Cidade - CC BY-ND 2.0 BR A cantora Daniela Mercury, ao centro, durante apresentação do show Canibália, em Nova Iorque.
https://creativecommons.org/licenses/by-nd/2.0/br/](https://ufmg.br/thumbor/33DxeGtSAO4RBtzicMmI4-AIjXI=/0x0:402x268/712x474/https://ufmg.br/storage/3/4/e/0/34e0e451ed88ed5ec7cba1144341b886_1663942421454_407096857.jpg)
O axé music é um ritmo marcado pela mistura da música dos blocos de trio, o frevo baiano, com o samba-reggae dos blocos afro. Apesar da herança africana, alguns dos maiores ícones do gênero são cantoras brancas. Como a branquitude inerente a essas mulheres influencia suas produções musicais?
A partir desse questionamento, a pesquisadora Mariana Carvalho desenvolveu sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-graduação em Música da UFMG. Com base nos estudos críticos da branquitude, Mariana destaca o privilégio branco, que facilita o acesso de mulheres brancas ao mercado de trabalho, em detrimento das negras, o que inclui o mundo da música.
Com base na performance de Claudia Leitte, Daniela Mercury e Ivete Sangalo, a pesquisadora analisa como a branquitude influencia no axé e questiona o estereótipo da mulher branca como padrão feminino. A autora observa que cada uma dessas cantoras reproduz estereótipos raciais em seus trabalhos, o que evidencia que a produção artística é marcada pelo lugar social que elas, mulheres brancas, ocupam no âmbito de uma sociedade racista. Dessa forma, a pesquisa põe em questão a suposta neutralidade da branquitude.
Ouça o novo episódio do Aqui tem ciência:
Raio-x da pesquisa
Dissertação: Performances da branquitude: o que é que a baiana tem feito no axé?
O que é: Dissertação de mestrado que busca problematizar a branquitude no âmbito do Axé music com base na performance de três cantoras brasileiras ícones do gênero: Claudia Leitte, Daniela Mercury e Ivete Sangalo. A pesquisadora analisou o DVD Negalora (2012), de Claudia Leitte, e os videoclipes Pantera negra deusa (2018), de Daniela Mercury, e O mundo vai (2020), de Ivete Sangalo, para observar, entre outras coisas, se cada uma das cantoras apresenta uma branquitude específica e como a identidade racial acaba refletida em sua produção artística.
Pesquisadora: Mariana Marina Santos de Carvalho
Programa de pós-graduação: Música
Orientadora: Professora Glaura Lucas
Ano da defesa: 2021
Financiamento: Capes
![Acervo pessoal Mariana Carvalho questiona o estereótipo da mulher branca como padrão feminino](https://ufmg.br/thumbor/VzfnHOWnW7QbhvutMqphIE0iPzA=/0x0:1788x1194/712x474/https://ufmg.br/storage/a/b/8/5/ab858185ca54f021973858289474b4e3_16637792760069_1946166653.jpg)