Pesquisa ‘Small Voices, Big Dreams’ investiga violência contra crianças do mundo
Divulgada nesta semana, investigação global revelou que 67% das crianças brasileiras não se sentem suficientemente protegidas contra a violência
Imagine você ouvir esta frase: "Quando eu apanho, tenho vontade de sumir. Se eu tivesse um quarto, me trancaria e passava o resto da vida". Certamente é algo que te incomodaria, não é mesmo? Então pense na angústia dessa frase sendo dita por um garoto de 12 anos.
A declaração acima é real e foi dita por uma das mais de 700 crianças entrevistadas no Brasil como parte da pesquisa global Small Voices, Big Dreams(Pequenas vozes, Grandes Sonhos, em tradução livre), promovida pela organização ChildFund.
Divulgada nesta semana, a pesquisa ouviu quase 5,5 mil crianças com idades entre 10 e 12 anos, de 15 países diferentes. No Brasil, a pesquisa ouviu 781 crianças de oito estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
A violência contra crianças é um grave problema nacional que ultrapassa gerações, classe social, cultura, gênero e status socioeconômico. A pesquisa revelou, por exemplo, que 67% das crianças brasileiras não se sentem suficientemente protegidas contra a violência, percentual superior ao verificado mundialmente, que é de 40%.
Outro dado relevante constatado pela pesquisa é que 90% das crianças entrevistadas no país não concordam com a violência física como instrumento de educação. No levantamento global, esse percentual é de 69%. De acordo com 83% dos entrevistados, os adultos deveriam amar mais as crianças.
A porta voz da ChildFund Brasil, Águeda Barreto, falou sobre o recorte nacional da pesquisa em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta sexta-feira, 11.