Internacional

Pesquisadoras da França conduzem atividades na UFMG pelo programa ‘Cátedras franco-brasileiras’

Elas atuam em disciplinas, projetos de pesquisa e farão palestras em áreas como comunicação, letras, história e filosofia

Pesquisadores da França apresentaram seus projetos em encontro com a reitora Sandra Goulart Almeida
Pesquisadores da França apresentaram seus projetos em encontro com a reitora Sandra Goulart Almeida Foto: Acervo UFMG

Quatro pesquisadoras que atuam em instituições francesas cumprem temporadas na UFMG, três delas no âmbito do programa Cátedras Franco-brasileiras. Elas conduzem atividades de pesquisa e extensão, proferem palestras e participam de encontros com professores e estudantes da Universidade e atores de outras instituições, acadêmicas ou não.

As Cátedras Franco-brasileiras são iniciativa conjunta da Diretoria de Relações Internacionais da UFMG e da Embaixada da França.

Na última segunda-feira, 30 de outubro, Márcia Capanema, da Université Sorbonne Paris Nord (Paris 13), Isabelle Barbéris, da Université Paris Cité, e Maria Noëlle Ciccia, da Université Montpellier 3, apresentaram suas atividades na UFMG em reunião com a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, com o cônsul da França em Belo Horizonte, Vincent Nedelec, e com o diretor de Relações Internacionais, Aziz Saliba. Participou também do encontro Véronique Ginouvés, da Aix-Marseille Université, que veio como professora visitante, também com recursos da UFMG e da Embaixada da França

'Novas censuras'
Isabelle Barbéris, que leciona no Centro de Estudos e Pesquisa Interdisciplinar da Paris Cité, concentra suas investigações no campo da estética e da filosofia política. No dia 27 de novembro, às 19h30, ela fará a conferência Novas censuras? Desafios contemporâneos (com tradução para o português) no 4º andar do prédio da pós-graduação da Faculdade de Direito da UFMG.

Autora de livros como L’art du politiquement correct (2019) e Multiculturalisme em procès (2023), Isabelle vai abordar as novas formas de censura, explorando as narrativas e as lutas identitárias em perspectiva interdisciplinar e utilizando reflexões de Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Judith Butler.  

Isabelle Barbéris dará também palestras sobre a noção do politicamente correto e a crise do modelo democrático deliberativo (dia 8, às 17h30, no auditório Alice Monteiro de Barros, da Faculdade de Direito); sobre hordas e novas censuras (dia 20, às 14h, na sala Mietta Santiago, também da Faculdade de Direito) e sobre a noção de “rôle” (dia 29, às 11h30, em sala ainda não definida da Faculdade de Letras).

Culturas de países lusófonos
Marie Noëlle Ciccia atua no campo da língua e das culturas de países lusófonos, e sua especialidade é o teatro francês e português do século 18. A presença dela em Belo Horizonte está relacionada a antigo convênio entre o Departamento de História da Fafich e Montpellier 3, mobilizado agora via Cátedras Franco-brasileiras.  

Nesta temporada, a professora ministra, com Miriam Hermeto (anfitriã) e Luis Carlos Villalta, na pós-graduação em História, a disciplina Teatro, poder e censura no mundo luso-brasileiro do século XVIII ao XX: circulações de textos dramáticos. Na próxima quinta-feira, dia 9, a partir das 19h, no Centro Cultural do Minas Tênis Clube, Marie-Noëlle fará a conferência George Brassens: au près de mon âme, sobre o compositor e cantor francês, morto em 1981.

Iconografia de livros didáticos
Silvia Capanema, formada em Comunicação Social pela UFMG, mestre e doutora pela École de Hautes Études em Sciences Sociales, na França, desenvolve, com Ricardo Fabrino – do Departamento de Ciência Política (DCP) da Fafich e seu anfitrião na Universidade –, pesquisa sobre a iconografia dos livros didáticos de História.

Entre outras atividades nesta temporada na UFMG, ela integrou mesas sobre periferias criativas e resistentes, com agentes do movimento social e cultural, e sobre militares e política, com o professor Lucas Rezende, do DCP. Também participou de seminário do grupo de pesquisa Margem sobre imagens, imaginários e fontes visuais.

Véronique Ginouvés é vinculada ao Centre National de Recherche Scientifique e tem liderado vários arquivos de pesquisa franceses e internacionais. É especialista em questões éticas e legais acerca da disseminação digital de dados de pesquisa.

No dia 21 de novembro, às 19h, no auditório Carangola da Fafich, ela fará a palestra Explorando a polivocalidade dos arquivos, ou como a abertura dos dados permite ouvir vozes inaudíveis: reflexões sobre três reutilizações artísticas. Véronique tem participado de atividades da Formação Transversal Cartografias do Samba, ministrada pelos professores Graziella Melo Vianna (anfirtriã) e Nísio Teixeira, ambos do Departamento de Comunicação Social da Fafich.