Arte e Cultura

Professora da UFMG lança livro-objeto que reúne polaroides, microcontos, sons e cartões postais

Graziela Mello Vianna começou a tirar fotos de luvas perdidas em viagens pela Europa e escreveu pequenas histórias a partir das imagens

‘Pas Perdus’, todo feito à mão, é acompanhado por objetos do dia a dia e uma carta ao leitor
‘Pas Perdus’, todo feito à mão, é acompanhado por objetos do dia a dia e uma carta ao leitor Reprodução/Instagram @grazielamv

A professora Graziela Mello Vianna, do Departamento de Comunicação da UFMG, lança no próximo mês o livro-objeto Pas Perdus. A obra, fruto de uma coleção de fotos que tem sido desenvolvida pela autora desde 2007, apresenta um relicário do cotidiano reunindo microcontos ilustrados por postais, cartas, paisagens sonoras e polaroides que inspiraram as pequenas histórias. Com tiragem limitada, cada exemplar do livro foi montado manualmente pela própria artista em parceria com uma rede de amigos. Ao todo, são 29 microcontos que também convidam o leitor a guardar suas próprias lembranças junto às da autora. 

No programa Expresso 104,5 dessa terça, 30, a professora e artista Graziela Mello Vianna deu mais detalhes sobre Pas Perdus e o seu lançamento. A criadora do projeto explicou o conceito de livro-objeto, formato surgido nos anos 60 que apresenta textos, mas também é um objeto artístico ou um “livro de artista”, conforme as palavras da convidada. Vianna detalhou para os ouvintes a relação entre as fotografias e os textos que integram a obra.

Livro-objeto se propõe a ser uma caixa de lembranças também do leitor
Livro-objeto se propõe a ser uma caixa de lembranças também do leitor Reprodução/Instagram @grazielamv

“Desde 2007, comecei a encontrar no meu caminho luvas perdidas nos invernos europeus e comecei a fotografar. Nunca tirei elas do lugar. Então, o nome [Pas Perdus] faz referência a esses ‘passos perdidos’, esses objetos que são as luvas perdidas por desconhecidos, mas que foram reencontradas por mim, então, não estão mais perdidas. Estão congeladas nas polaroides que acompanham os postais, que acompanham os textos-objetos. Todo microconto tem uma polaroide, todo microconto foi inspirado nessas imagens das luvas perdidas por aí em invernos distantes”, revelou. 

A professora contou que o objetivo da obra é resgatar, a partir dos objetos, a experiência sensorial que tem se perdido em meio às inúmeras fotos que ficam na memória do smartphone e a pessoa nunca acha. Por isso, ao abrir a caixa, o primeiro papel que se vê é uma carta ao leitor, seguida dos cartões postais. No fundo, tíquetes de metrô, cartões de transporte, receitas médicas, objetos que costumam ser guardados no fundo de uma caixa de lembranças. Há também espaço para a leitora ou leitor reunir seus próprios guardados aos da artista.

Ouça a entrevista completa pelo Soundcloud.

O lançamento de Pas Perdus, de Graziela Mello Vianna, será realizado no dia 11 de dezembro (sábado), a partir das 14h, na Livraria Quixote, com entrada gratuita. O endereço é Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi. Mais informações sobre o trabalho no perfil da autora no Instagram e na página do projeto no Catarse.

Produção: Laura Portugal, sob orientação de Filipe Sartoreto
Publicação: Alessandra Dantas