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Programa Conexões repercute os 10 anos da renúncia de Fidel Castro

Líder histórico do comunismo anunciou sua renúncia aos 81 anos, após 19 meses sofrendo com uma grave doença

Fidel Castro, em encontro com o ex-presidente Lula, em 2013
Fidel Castro, em encontro com o ex-presidente Lula, em 2013 Antônio Milena/Agência Brasil / CC BY 3.0 br / Wikimedia: http://bit.ly/2HBfIwG

“Não me despeço de vocês. Desejo combater como um soldado das ideias”. Assim escreveu Fidel Castro, há exatos 10 anos, em sua carta de renúncia à Presidência de Cuba, depois de 49 anos no poder. Líder histórico do comunismo, Fidel anunciou sua renúncia aos 81 anos, após 19 meses sofrendo com uma grave doença e a cinco dias da sessão do Parlamento na qual ele poderia se candidatar à reeleição para um novo mandato de cinco anos.

O programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, abordou esse momento histórico para a América Latina e o mundo em entrevista com Ana Paula Calegari, doutoranda do Programa de Pós-graduação em História da UFMG, que pesquisa a Revolução Cubana. A conversa foi ao ar nesta segunda-feira, 19.

“Fidel Castro assumiu o poder após alguns anos lutando contra a ditadura de Fulgêncio Batista, que havia sido instalada na ilha em 1952. Esse período ditatorial foi marcado por diversas perseguições políticas, aos sindicatos, aos opositores, num aumento substancial da violência do Estado dentro de Cuba”, explicou a pesquisadora.

Nesse contexto, diversas formas de oposição se desenvolveram em Cuba, por meio de greves, protestos, manifestações e também tentativas de acordos pacíficos.

“Fidel Castro foi um dos protagonistas do movimento armado que se desenrolou em Cuba. Em 1953, houve uma primeira tentativa, encabeçada por ele, de tomar o controle de dois quartéis militares, com objetivo de se apossar das armas e dá-las para a população iniciar o movimento guerrilheiro”, contextualizou.

Esses assaltos não foram bem sucedidos: Fidel foi preso e, depois de solto, passou um tempo exilado no México. Ao voltar a Cuba, iniciou novamente o processo de desenvolvimento da luta armada contra as tropas oficias do exército, concentradas nos anos de 1957 e 1958.

“O exército rebelde foi tomando território, até chegar na capital Havana, em 1959, quando Fulgêncio Batista fugiu da ilha, abrindo espaço para a instalação de um governo revolucionário na ilha, dando início ao processo conhecido como Revolução Cubana”, explicou.

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