Meio Ambiente

Engenharia usa energia solar e membranas de filtração para tratar água dos lagos da Reitoria

Processo reduz a eutrofização, caracterizada pelo excesso de algas que impedem a passagem da luz do sol

Uma das paisagens marcantes nas imediações do prédio da Reitoria da UFMG, no campus Pampulha, é o seu espelho d´água (lago), com belas cascatas e peixes. Para auxiliar na limpeza e conservação desse ambiente, a mestranda Mariana Miranda desenvolve projeto de pesquisa cujo objetivo é diminuir o excesso de algas presentes na água que impedem a passagem da luz solar. O fenômeno, conhecido como eutrofização, pode provocar a morte dos peixes, devido à redução de oxigenação, e impedir a fotossíntese das plantas.

Com uso da energia solar e de membranas de ultrafiltração recicladas, a pesquisa desenvolve formas de tratar a água de maneira menos invasiva e danosa aos peixes e às plantas do local. O trabalho é realizado sob orientação do professor Eduardo Coutinho, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (Desa) da Escola de Engenharia da UFMG.

Estudante de graduação de Engenharia Ambiental e bolsista de iniciação científica, Marianna Carvalho relata que, anteriormente, a limpeza era feita com a retirada dos peixes, seguida do esvaziamento do lago para a limpeza das algas. Embora não usasse agentes químicos prejudiciais, o procedimento era invasivo aos peixes, que precisavam se adaptar às mudanças bruscas no ambiente.

O processo é descrito nesta reportagem da TV UFMG.


Membranas recicladas
As membranas recicladas são resultado de tratamento químico de membranas que originalmente eram de osmose inversa ou de nanofiltração e têm características similares a membranas comerciais de ultrafiltração. Eduardo Coutinho explica que a estrutura do módulo de membrana, revestida de fibra de vidro, mantém-se íntegra. Para fazer o tratamento do lago, a água é recolhida diretamente do local e, em seguida, vai ao rotâmetro, equipamento utilizado para fazer o controle da vazão da água. 

Na sequência, a água é levada à bomba de baixa pressão, alimentada pela energia solar, e, assim, chega de forma pressurizada ao interior do módulo de membrana, onde é filtrada. Por fim, a água sai por duas vias: pelo concentrado, retida pela membrana, e pelo permeado, tratada, e retorna ao lago.

A intenção é que o processo de tratamento seja realizado regularmente, para evitar que os lagos da Reitoria voltem a eutrofizar.

Equipe
Naiana Andrade (produção), Amanda Gomes (reportagem), Lucas Tunes (imagens), Marcelo Duarte (edição de imagens), Olívia Resende e Vitória Brunini (edição de conteúdo).