Extensão

Propostas para Brumadinho incluem alternativas socioeconômicas

UFMG mantém mobilização e cadastramento de colaboradores

Cerca de 100 pessoas reuniram-se no CAD 3
Cerca de 150 pessoas reuniram-se no CAD 3 Foca Lisboa / UFMG

Grupos da UFMG se preparam para melhorar a comunicação sobre os temas relacionados à tragédia de Brumadinho – uma barragem de rejeitos de mineração rompeu-se no dia 25 de janeiro, causando mortes e destruição ambiental – e propor alternativas de desenvolvimento econômico e social às comunidades afetadas.

Essas e outras ideias foram apresentadas em reunião nesta segunda, 4 de fevereiro, no campus Pampulha, com presença de cerca de 150 pessoas, incluindo integrantes da comunidade da UFMG que moram em Brumadinho. O programa Participa UFMG-Brumadinho mantém mobilização desde os primeiros dias após a tragédia.

Inspirado em ações bem-sucedidas em áreas minerárias na França, o Núcleo Alternativas de Produção, da Escola de Engenharia, pretende estimular a criação de novas dinâmicas socioeconômicas na região atingida, envolvendo, por exemplo, a reconstituição dos solos e seu aproveitamento para agricultura, sem uso de agrotóxicos. O coordenador do Núcleo, professor Francisco de Paula Lima, também defende iniciativas capazes de extrair e organizar aprendizado sobre acidentes desse tipo. “É preciso escutar cotidianamente os operários que lidam com as situações. As técnicas de controle não são suficientes para evitar os problemas”, ele acrescenta.

A pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, que coordenou o encontro desta tarde, anunciou a formação de uma frente ligada ao Participa UFMG destinada à comunicação e informação continuadas, em linguagem acessível, para eliminar dúvidas e combater informações falsas. Também no campo da divulgação, a  comunidade do Instituto de Geociências vai elaborar material didático para sensibilizar seus alunos, especialmente os calouros, e o público de escolas.

“As pessoas querem entender melhor o processo de mineração de ferro, suas estruturas e as alternativas às barragens de alto risco, e essa é a única forma de se preparar para argumentar sobre o assunto”, afirma a vice-diretora do IGC, Maria Giovana Parisi. Na mesma unidade, o laboratório de solos e meio ambiente pretende aplicar tecnologia de ponta para análise de água e solo. O objetivo é avaliar o impacto da contaminação causada pelo mar de lama sobre a vida dos trabalhadores rurais da região de Brumadinho.

Parceria com a SBPC
O programa Participa UFMG definiu parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A entidade se comprometeu a colaborar na divulgação das atividades dos pesquisadores da Universidade e vai programar um painel sobre desastres vinculados à mineração para sua próxima reunião, em julho deste ano, em Campo Grande (MS).

Claudia Mayorga irá a Brumadinho na próxima quinta-feira, 7, com representantes do programa Polos de Cidadania, que presta apoio psicológico e jurídico às famílias atingidas, e do Espaço do Conhecimento UFMG. O museu vai gerar imagens da região para exibição no planetário e na fachada digital do prédio da Praça da Liberdade, com finalidade de divulgação científica.

De acordo com a pró-reitora de Extensão, mais de 300 pessoas e grupos já se cadastraram para integrar o esforço da UFMG em Brumadinho. Um grupo de trabalho vai organizar as informações, identificar novas frentes potenciais de atuação e formar grupos temáticos. As inscrições poderão ser feitas até 15 de fevereiro, no site da Proex.

A próxima reunião do Participa UFMG-Brumadinho será na tarde do dia 20 de fevereiro, em local ainda não definido.

Leia sobre workshop e debate previstos para esta semana, nos campi Pampulha e Saúde.