Institucional

Tânia Aretuza e Evaldo Balbino assumem direção do Centro Pedagógico

Cultura de colaboração, diálogo, transparência e ‘responsividade’ pautarão nova gestão

Escola de Ensino Fundamental do Centro Pedagógico (CP) da UFMG, localizado no campus Pampulha
Escola de Ensino Fundamental do Centro Pedagógico (CP) da UFMG, localizado no campus Pampulha Foto: Lucas Braga | UFMG

Os professores Tânia Aretuza Ambrizi Gebara e Evaldo Balbino da Silva tomaram posse, na última sexta-feira, dia 10, como diretora e vice-diretor do Centro Pedagógico (CP) da UFMG. A cerimônia, realizada no pátio da Unidade, foi presidida pelo professor Márcio Fantini Miranda, diretor geral da Escola de Educação Básica e Profissional (Ebap) da UFMG. A Ebap é a unidade que congrega o CP, o Colégio Técnico (Coltec) e o Teatro Universitário (TU).

Professor do Setor de Técnicas de Laboratório do Coltec, Márcio Fantini é físico, mestre em Engenharia Mecânica e doutor em Engenharia Elétrica. Em entrevista ao Portal UFMG, ele parabenizou a nova diretoria. “Estamos certos de que será uma gestão comprometida com a Escola de Educação Básica e Profissional”, disse. Márcio também saudou o trabalho do diretor da gestão que se encerra, Marcos Elias Sala, e de sua vice-diretora, Luiza Santana Chaves. “Acompanhamos o trabalho da diretoria anterior e só temos a agradecer o empenho e a dedicação dos dois. Eles enfrentaram grandes desafios, principalmente no retorno às aulas após a pandemia", registrou.

Em relação à nova gestão, Fantini destacou o vasto conhecimento que Tânia e Evaldo têm das rotinas do Centro Pedagógico. “Sabemos dos desafios e das dificuldades na gestão de uma escola de educação básica, com crianças e adolescentes, e, quando temos uma escola que preza pela inclusão, os desafios são ainda maiores" avalia. “Mas temos certeza de que a professora Tânia Aretuza e o professor Evaldo Balbino farão um excelente trabalho. Eles gostam da Escola, sabem do valor e da importância de uma boa formação básica, sabem dos cuidados necessários para se ter uma alfabetização plena e dos desafios de educar adolescentes – enfim, conhecem bem a escola”, garantiu.

‘Trabalhar pelo espaço ao qual pertencemos’
“Envidaremos os esforços e recursos possíveis e necessários para atingir nossos objetivos, que são, em suma, os objetivos de todo o coletivo envolvido em/com nossa escola”, afirmaram os novos diretores em carta à comunidade do Centro Pedagógico. “Colocamo-nos ao dispor de todas e de todos, sempre nos pautando pelo diálogo, pela sociabilidade, pela melhor organização possível de nossa escola e, portanto, por um empenho nosso – juntamente com o coletivo – de trabalhar pela escola que nos abraça, por esse espaço ao qual pertencemos”, disseram.

Tânia e Evaldo afirmam que a gestão à frente do Centro Pedagógico será pautada pelos princípios do diálogo, da colaboração, da transparência, da parceria e da “responsividade”. O plano, dizem os diretores, é “atuar preventiva e proativamente, com planejamento e acompanhamento das demandas da escola em suas diferentes dimensões”, “consolidar e criar parcerias internas e externas à UFMG” e “divulgar indicadores e procedimentos adotados pela gestão com a comunidade escolar e aos setores administrativos”.

Na perspectiva do diálogo e da colaboração, o objetivo da dupla é “atuar em sintonia, interna e externamente, com diretorias, docentes e servidores, padronizando procedimentos e incentivando relações intersetoriais, interdepartamentais, entre unidades gestoras e com a Reitoria”. Nesse conjunto de propostas que apresentaram em sua candidatura, os diretores ainda sinalizaram o interesse de viabilizar "a execução e a elaboração de projetos e programas que incentivem a colaboração mútua entre os servidores, estudantes e famílias”.

Biografia dos novos diretores
Formada em pedagogia e matemática, Tânia Aretuza Ambrizi Gebara é mestre e doutora em Educação pela Faculdade de Educação (FaE) da UFMG. Em 2021, cursou residência pós-doutoral em Educação na própria FaE. A professora coordena o Ciclo Permanente de Estudos e Debates sobre Educação Básica da UFMG, projeto de ensino, pesquisa e extensão do qual foi uma das fundadoras.

Como professora de matemática do Centro Pedagógico, atua no 1º Ciclo de Formação Humana. Ela presidiu a Comissão do Projeto Político Pedagógico do CP e ocupou vários outros cargos de gestão, como no CP e na Escola de Educação Básica e Profissional (Ebap) da UFMG.

Entre outras atividades, Tânia coordena – junto com Cecília Vieira do Nascimento, também professora do Centro Pedagógico – o grupo de pesquisa Infâncias e educação: concepções e práticas no ensino fundamental de tempo integral, vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Evaldo Balbino, por sua vez, é formado em letras pela UFMG, onde também cursou mestrado em literatura brasileira e doutorado em literatura comparada. Em 2017, Evaldo fez estágio pós-doutoral em literaturas de língua portuguesa na Universidade de São Paulo (USP).

Professor de português do núcleo de letras do Centro Pedagógico desde 2011, Evaldo foi coordenador desse núcleo por três vezes, além de ter ocupado vários outros postos de gestão, a exemplo da coordenação, em 2019, do 3º Ciclo de Formação Humana do CP.

Evaldo também é escritor de literatura e publicou livros em diferentes gêneros, como romance, conto, crônica e poesia.

Tânia (de vestido verde e laranja) e Evaldo Balbino
Tânia Aretuza (de vestido verde e laranja) e Evaldo Balbino: atuação preventiva e proativaFoto: John Gabrich | UFMG

'Reaprender a conviver'

Em conversa com o Portal UFMG, Marcos Elias Sala fez um balanço da sua gestão à frente do Centro Pedagógico. Ele dividiu sua argumentação em duas frentes: na primeira, focou na sua atuação como vice-diretor no mandato de Roberson de Sousa Nunes (gestão 2019-2020); na segunda, em sua atuação como diretor da gestão 2021-2022.

“No primeiro momento, destaco a necessidade de reorganização das atividades acadêmicas e administrativas em razão do isolamento social provocado pela pandemia. Nesse sentido, estruturamos o Moodle e o adaptamos para atividades escolares de nível fundamental, desde a alfabetização até a promoção de encontros acadêmicos, inclusive com projetos externos – como o Câmara Mirim, desenvolvido em parceria com a Câmara dos Vereadores. Também garantimos o acesso de todos os estudantes às aulas remotas por meio do empréstimo de computadores e do pagamento de um auxílio-internet a quem comprovava a necessidade. E usamos o Moodle para organizar e realizar atividades administrativas e reuniões colegiadas”, disse.

“Do segundo momento, destaco os esforços para a plena retomada das atividades presenciais e o imenso desafio de lidar com o ‘novo normal’, expresso de diversas formas, mas com destaque para as instabilidades emocionais de diversos membros da comunidade escolar, decorrentes do tempo de isolamento social e do que chamamos de ‘reaprender a conviver’. Nesses tempos, também tivemos que lidar com políticas de desmonte da educação pública, gratuita, laica, inclusiva e de qualidade, políticas que se materializaram tanto no corte expressivo de recursos orçamentários e financeiros quanto em intensos ataques ideológicos, especialmente referentes a práticas educacionais que adotamos, que representam avanços importantíssimos na busca por uma escola mais eficaz, justa e acolhedora”, demarcou.

Segundo Marcos Sala, “mesmo em meio a esse turbilhão” foi possível alcançar diversas conquistas e avanços. Entre essas conquistas, estão a reforma do parquinho, a aprovação do Projeto Político Pedagógico do CP, “que estava pendente há mais de dez anos”, e a construção e aprovação do primeiro regimento interno da história da unidade. Além disso, ele conta, foi possível “renovar parte da nossa estrutura tecnológica, implementar o novo sistema acadêmico, reestruturar diversos setores administrativos e consolidar uma filosofia de atendimento a estudantes que compõem o público-alvo da educação especial”. Sala fez questão de frisar que as conquistas se deveram aos esforços das gestões anteriores às suas.

“Durante a pandemia, também oferecemos kits alimentação mensais a todas as famílias dos estudantes do Centro Pedagógico. Essa ação só foi possível graças ao suporte da Reitoria, que possibilita cobrir todos os gastos com alimentação de estudantes do CP, uma vez que os recursos enviados pelo Governo para esse fim são insuficientes”, lembrou. “A nota mais triste desse período é a perda por covid da servidora Andreia Aparecida da Cruz Pereira, da Seção de Ensino, uma pessoa muito querida por todos do CP, que nos prestou excelentes serviços por aproximadamente 30 anos”, disse.

Por fim, Marcos ainda lembrou que, em sua gestão, foram reativadas a Revista Acadêmica e a Editora CP, graças a um esforço particular de sua vice, a professora Luiza Santana Chaves.

O Centro Pedagógico
O Centro Pedagógico teve o seu embrião no antigo Ginásio de Aplicação da UFMG, fundado em 21 de abril de 1954. À época, a unidade era destinada à prática docente dos alunos matriculados nos cursos de “Didática” da Universidade. Mais tarde, em 1968, a unidade foi reestruturada, tornando-se um centro pedagógico integrado à Faculdade de Educação da UFMG, com a função de ofertar cursos relativos ao ensino de 1º e 2º graus. Em 1972, o CP foi transferido para o campus Pampulha.

Em 2007, a unidade passou a integrar, juntamente com o Colégio Técnico (Coltec) e o Teatro Universitário (TU), a Escola de Educação Básica e Profissional (Ebap) da UFMG. Hoje, a unidade é reconhecida como escola-modelo de ensino fundamental e referência na formação de professores de educação básica.

Como escola pública, o Centro Pedagógico adota o sorteio para o ingresso de seus alunos, por considerar o mecanismo a forma mais democrática de acesso, evitando a possibilidade de favorecimento a qualquer grupo social. Conforme a descrição institucional da unidade em seu site, o objetivo maior do CP é “constituir-se como campo de experimentação e de pesquisa na Educação Básica e na formação de professores e de profissionais que têm o ambiente escolar como campo de atuação”.

Turma de alfabetização no Centro Pedagógico da UFMG
Turma de alfabetização no Centro Pedagógico da UFMG Foto: Luiza Ananda | UFMG

Ewerton Martins Ribeiro