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Travestis e transexuais ainda lutam por representatividade nas artes

Atriz Júlia Santos, que é travesti e negra, falou sobre o assunto no programa Conexões

O Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis no mundo. Debater esse assunto é de extrema importância, especialmente nesta segunda-feira, 29, Dia Nacional da Visibilidade Trans. Essa população é muito vulnerável socialmente, sofre com a estigmatização e com o preconceito no mercado do trabalho, o que contribui para que a prostituição e o mercado informal sejam as principais alternativas de sobrevivência.

Na área artística não é diferente: travestis e transgên

eros encontram muitas barreiras para se estabelecerem como artistas e a representatividade dessa parcela da população segue prejudicada.

A representatividade trans nas artes foi tema de entrevista no programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, no Dia Nacional da Visibilidade Trans. A apresentadora Luíza Glória conversou com a atriz e militante, travesti e negra, Júlia Santos.

“No campo artístico, a gente não tem grandes referências trans: não conseguimos ver nas grandes montagens do cinema, da televisão aberta, nas novelas, nos teatros. Nas artes, de uma forma geral, não percebemos a participação maciça ou mesmo paritária de pessoas negras, por exemplo”, afirmou.

Júlia Santos disse ainda que travestis e pessoas transexuais podem e devem ser vistas como capazes de ocupar todos os espaços de representação. “E não só em papéis representando a nossa própria história. Nós damos conta de representar outros papéis de pessoas cisgênero. Como artistas, nós também damos conta de todos os papéis”, defendeu.

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O Movimento Nacional de Artistas Trans, formado por atrizes e atores trans (ou seja, travestis, mulheres e homens trans), lançou um manifesto pela representatividade, pela visibilidade e pelo reconhecimento de pessoas trans na produção artística na televisão, no teatro e no cinema. O documento pode ser lido e endossado na página Representatividade Trans no Facebook.