UFMG e UFCSPA vislumbram parceria para combate a emergências climáticas
Enchentes históricas no sul do Brasil mobilizam as duas universidades, que compartilharam experiências de enfrentamento a desastres
Gestores e professores da UFMG e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) debateram nessa quinta, dia 13, experiências e estratégias de enfrentamento à crise climática que assola o Rio Grande do Sul.
Durante o encontro na Reitoria da UFMG, representantes das duas instituições também vislumbraram parceria interinstitucional com o objetivo de desenvolver projetos, estudos e ações conjuntas nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. O objetivo é ajudar as comunidades gaúchas e atuar, de forma permanente, nos contextos de emergências climáticas.
Promovido pelo programa Participa UFMG, o encontro com o tema Desastres climáticos e ambientais: diálogos entre Minas Gerais e Rio Grande do Sul reuniu a pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da UFCSPA, Mônica de Oliveira, a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, a pró-reitora de Extensão da UFMG, Claudia Mayorga, e equipes das duas universidades que atuam em desastres.
Impacto, mobilização e esperança
Mônica de Oliveira afirmou que a comunidade acadêmica da UFCSPA foi bastante afetada pelas enchentes. Segundo ela, no prédio da instituição, no centro de Porto Alegre, mais de 90 alunos da graduação e da pós-graduação e mais de 20 servidores técnico-administrativos, docentes e funcionários terceirizados foram atingidos. Mônica informou que ela própria foi afetada e precisou ser resgatada.
“Nosso estado enfrenta uma catástrofe sem precedentes. Os impactos de tudo que estamos vivendo, infelizmente, vão se estender por muitos anos. O diálogo com a UFMG, que tem vasta experiência em Minas, no enfrentamento dos desastres de Brumadinho e de Mariana, chega em boa hora e dá uma luz, uma esperança”, afirmou. "É fundamental pensarmos o lugar ocupado pela universidade pública na emergência climática e agirmos juntos para enfrentar os efeitos”, enfatizou.
A pró-reitora da UFCSPA ainda destacou os esforços voluntários empreendidos pela comunidade universitária assim que as primeiras localidades começaram a ser atingidas. Segundo ela, as ações consistiram em atendimentos em saúde nos abrigos montados pela prefeitura, levantamento de necessidades da comunidade, assistência a pessoas e animais, apoio psicopedagógico, entre outras medidas.
No momento, a instituição está mobilizada para a retomada da vida por meio do Recomeça UFCSPA, programa que recebe e incentiva doações para ajudar os atingidos. “Agora, essa iniciativa é o carro-chefe das ações de enfrentamento”, declarou.
Solidariedade e cooperação
Ao manifestar sua solidariedade ao Rio Grande do Sul, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, ressaltou a relevância da expertise adquirida por ambas as universidades e exaltou a possibilidade de cooperação interinstitucional.
“Expressamos nossa solidariedade aos nossos irmãos do sul. A UFMG está à disposição para ajudá-los e para construirmos juntos uma cooperação que seja permanente e sustentável nos campos de pesquisa, ensino e extensão”, afirmou.
A pró-reitora de Extensão da UFMG, Claudia Mayorga, avaliou a troca de experiências como produtiva e reiterou “a importância das ações e políticas de recuperação que vêm sendo implementadas nas comunidades de Mariana e Brumadinho, em diálogo com as populações locais, para garantir direitos dos grupos afetados”.
Anos antes da tragédia climática que assola os gaúchos, Minas Gerais enfrentou – e ainda enfrenta – impactos gravíssimos do rompimento de barragens de mineração. Após os dois episódios, ocorridos em 2015 e 2019, respectivamente, a UFMG, por meio da Pró-reitoria de Extensão, iniciou diversas ações para avaliar os impactos e reconstruir as comunidades.