Semana de Iniciação discutirá o impacto da ciência na sociedade

Reitor propõe fundo de integração universidade-empresa

O reitor Sá Barreto propôs a criação de um fundo de integração universidade-empresa destinado a financiar projetos de desenvolvimento científico e tecnológico no estado. A proposta do reitor foi apresentada aos participantes do seminário Investimento em ciência e tecnologia faz o desenvolvimento social, promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, no último dia 28.

Sá Barreto disse que a isenção fiscal pode estimular o empresariado mineiro a buscar parcerias com universidades ou institutos de pesquisa para desenvolver projetos específicos. "Isso permitiria ao governo definir linhas de interesse do desenvolvimento científico e tecnológico do estado, além de resultar em ganhos para as empresas e em mais recursos para as universidades", explicou o reitor ao Boletim.

Sá Barreto acredita que uma legislação estadual ou municipal pode estabelecer um fundo com essas características. Tal fundo seria constituído com recursos empresariais, visando ao financiamento de projetos considerados prioritários para o desenvolvimento do estado ou do município, sempre através de parcerias entre universidades e empresas.

Atribuições

Caberia às empresas escolher as áreas de seu interesse, formalizar as parcerias e levar aos administradores do fundo as propostas de projeto. Estas seriam analisadas por um comitê formado por pesquisadores, empresários e representantes do governo. "Não se trata de um fundo de recursos como o da Fapemig, que se abre por edital e em que a qualidade acadêmica define tudo. Além da qualidade, os projetos precisariam considerar o aspecto estratégico de desenvolvimento do estado e promover a interação da empresa com os centros de pesquisa", afirmou o reitor.

Preocupado com as "assimetrias de desenvolvimento" entre as regiões mineiras, Sá Barreto defendeu também a criação de um plano estadual de desenvolvimento estratégico, com prioridades claramente definidas: "Não adianta fazer uma lista de cem áreas, mas sim de dez ou quinze. Para isso será preciso aliar a decisão política à opinião técnica e científica".

Com base nesse plano, o governo poderia dirigir parte dos recursos da Fapemig para áreas que considere estratégicas como o desenvolvimento do Norte de Minas. Sá Barreto ressalva que os projetos nas áreas prioritárias também terão de passar pelo critério da qualidade acadêmica. Mas frisa que seria um recurso com destino claro, ou seja, "atender ao plano estadual".